8 prioridades da gestão de investimentos

A Mercer divulgou 8 ideias que as empresas especializadas em Gestão de Activos devem priorizar em 2017 para melhor servirem os seus clientes e manterem-se competitivas num mercado caracterizado pelos exigentes desafios, inerentes ao aumento da regulamentação.

 

“As alterações regulatórias e os avanços tecnológicos estão a alterar o cenário do negócio de Wealth Management”, faz notar Rui Guerra, partner da Mercer, sublinhando que, «para se manterem competitivos e melhor servirem os seus clientes, os Wealth Managers devem ver estas alterações como oportunidades para melhorarem as suas ofertas, as suas estratégias e a abordagem aos seus clientes».

Neste contexto, a Mercer sugere que as gestoras de activos se foquem nos seguintes princípios em 2017:

• Preparação para as alterações regulatórias: As alterações na legislação continuam a ser uma das principais preocupações para os Wealth Managers em todo o mundo. Na Europa, por exemplo, a legislação MIFID II irá impor requisitos regulatórios adicionais aos Wealth Managers. Com este cenário e com a pressão nas comissões praticadas, os Wealth Managers devem aproveitar para melhorar e diferenciar o seu negócio. Recomenda-se a comunicação de um modelo mais robusto face à concorrência, tendo em conta a proposta de valor de forma a reter e atrair clientes.

• Análise da gestão activa: Continua a verificar-se uma tendência de maior utilização de estratégias de gestão passiva justificada na maior parte das vezes por comissões mais baixas e pelos recentes resultados menos bons de gestores de activos. Quase oito anos de valorização dos mercados e com as taxas de juro nos valores mais baixos de sempre, a procura de gestão passiva (Beta) reduziu, enquanto as perspectivas de gestão activa (Alfa) parece ter aumentado. As empresas devem considerar estratégias que procurem mitigar os riscos de perda e um foco no risco de cada activo que compõe a carteira de investimentos.

• Aproveitar a tecnologia: FinTech (financial technology) é a realidade actual para a indústria de gestão de activos. Muitas empresas tecnológicas podem oferecer soluções de back-end e front-end e, muitas delas, estão em conformidade com a nova regulação e com as necessidades de compliance. Quanto mais os gestores forem capazes de implementar processos automatizados, mais tempo livre poderão dedicar ao acompanhamento dos clientes. A escolha de fornecedores de soluções tecnológicas deve ser prudente dado ser uma decisão fiduciária.

• Parcerias com outros fornecedores: Neste novo cenário de avanços regulatórios e tecnológicos, as empresas de wealth management devem apostar nas suas vantagens competitivas e desenvolver uma combinação de recursos internos e externos para o research e soluções de investimento. Os mais exigentes requisitos regulatórios podem implicar um modelo de governance mais rigoroso e documentação de processos relativos a decisões de investimento, o que por sua vez pode levar a investimentos de grande dimensão ou a processos longos demais para serem desenvolvidos dentro da empresa.

• Considerar investimentos alternativos: As elevadas valorizações nos mercados e as baixas yields das obrigações poderão fazer com que seja mais difícil alcançar os objectivos de rentabilidade. Os alternativos deverão assumir um papel cada vez mais importante numa altura em que os investidores assumem riscos adicionais e diferenciados, de forma a conseguirem obter os mesmos retornos do passado. Uma vez que os alternativos tendem a conter uma combinação de iliquidez e de risco, os consultores devem explicar esses cenários aos clientes e assegurar que entendem os diferentes produtos.

• Incorporar ‘Environmental, Social and Governance’: Nos EUA, o DOL (Department of Labor Fiduciary Rule) facultou linhas gerais em 2015 que permitiram explicitamente às entidades fiduciárias a consideração de questões ambientais, sociais e de governance no momento da tomada de decisão dos investimentos. Acreditamos que este cenário se adequa às mudanças na indústria no sentido dos processos de gestão de activos orientados por objectivos que incorporam metas financeiras e não financeiras num programa de investimentos. Os portfólios com parâmetros ESG podem também ser fonte de diferenciação para os wealth managers.

• Estabelecer soluções personalizadas para o cliente: A abordagem “one-size-fits-all” para o wealth management tem vindo a ser colocada de parte em detrimento de serviços e soluções de aconselhamento baseados em objectivos personalizados a segmentos com diferentes características demográficas e de risco. Com a expectativa de que mais gestores incluam portefólios dedicados a pós-reforma que se focam no investidor, as soluções mais bem-sucedidas serão concebidas para alcançar, de forma razoável, objectivos claramente identificáveis relacionados com a capacidade de uma pessoa aproveitar rendimentos adequados e sustentáveis na sua reforma.

• Considerar soluções discricionárias: A quantidade de activos em contas discricionárias continua a aumentar anualmente. Estes activos são historicamente investimentos a longo prazo, pelo que oferecem uma fonte de rendimento estável. Ainda assim, nem todos os clientes estão confortáveis em conceder o controlo total sobre as suas decisões de investimento. Este facto está a permitir o crescimento de um modelo de aconselhamento activo.

O documento 2017 Positioning Your Firm For Growth Moving Forward pode ser consultado no site.
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