São estas as soft skills mais procuradas pelas organizações
Com o paradigma do mundo do trabalho a mudar e dada a rapidez das transformações tecnológicas que vão acontecendo, as soft skills assumem cada vez maior importância.
Com isto em mente, Pedro Fidalgo, especialista em transformação digital e SEO, enunciou no blogue “Pássaro no Ombro” uma lista com as soft skills mais procuradas pelas organizações, com base nas previsões feitas no relatório Future of Jobs, do World Economic Forum, para 2020.
Pensamento crítico
Com o aumento da informação disponível e da “confusão informativa” que prolifera nas redes sociais, e até a desinformação, é necessário ter um pensamento crítico e com capacidade de interpretação e interligação dos dados e da informação.
As decisões são cada vez mais difíceis de tomar e uma boa decisão tem de ser sustentada não só, com base em informação credível, mas também com pensamento crítico que questione as diversas acções a tomar e suas repercussões.
Mais do que simplesmente executar a tarefa é importante o pensamento crítico, que é por isso, um activo importante e uma das soft skills mais procuradas em qualquer organização.
Criatividade
Com a rápida introdução de novas tecnologias, novos produtos e novas formas de trabalho, a capacidade para trazer inovação, em qualquer campo de actividade, é cada vez mais necessária.
Encontrar soluções para novos problemas que se colocam ou para problemas antigos, com novas soluções mais eficiente e eficazes, é o que se precisa cada vez mais.
A aceitação de ideias e novos processos de trabalho é fundamental para realizar estratégias inovadoras, as quais têm impacto nos processos de mudança organizacional. A robótica pode ajudar a realizar algumas tarefas mais rapidamente, mas “ainda” não tem a capacidade criativa dos humanos.
Resolução de problemas complexos
Para resolver problemas complexos é preciso pensamento crítico, alguma criatividade, raciocínio lógico e capacidade de tomar decisões.
Os problemas complexos têm normalmente muitas variáveis com impactos positivos e negativos diversos. É preciso pesar o melhor possível os prós e os contras de cada uma das vertentes.
Minimizar o risco e optimizar o resultado final é a melhor forma de solucionar e resolver um problema complexo. É, também, uma das soft skills mais procuradas pelos recrutadores.
Ética
Se, subjacente à tomada de decisão, não forem consideradas as repercussões internas na organização, mas antes, o interesse pessoal ou outro incompatível com o interesse daquela, estamos perante uma atitude não ética e, consequentemente, prejudicial à organização.
O comportamento ético é determinante, pois não pode ser replicado com a robotização, inteligência artificial ou qualquer outra mudança tecnológica.
A ética empresarial é o resultado das práticas que os líderes assumem, alinhando comportamentos com a estratégia e valores da organização.
Liderança
Uma boa liderança permite obter os melhores resultados do esforço do grupo de trabalho. A partilha de responsabilidades, a motivação, o respeito e a valorização do mérito tornam mais eficaz a contribuição de cada colaborador para o resultado global da organização.
Antecipar a mudança, estando atento e interpretando os seus sinais no mercado em geral ou no sector específico da actividade da organização, permite orientar a actuação das equipas.
Com um clima de confiança e empatia para poder colocar-se no lugar do outro, perceber as suas emoções, favorece a sinergia.
Capacidade de negociação
A capacidade negocial apela à ética e à capacidade de comunicação para encontrar vias alternativas e solucionar dilemas que se colocam. Saber perceber o ponto de vista do outro e encontrar soluções que sejam do agrado de ambos, pois o resultado de uma boa negociação é quando todas as partes ganham.
Estas capacidades podem em parte ser substituídas pela inteligência artificial, recorrendo a enorme quantidade de informação, mas se for necessário encontrar soluções inovadoras, o humano “ainda” tem vantagem.
Orientação ao resultado
O profissional de excelência, tem de ser organizado para não se perder no meio de tantas tarefas e prazos a cumprir, bem como ter enfoque nas acções que têm maior impacto nos resultados.
Tem de saber distinguir o importante, do crítico e do urgente. É importante delegar as tarefas que podem ser urgentes, mas não críticas. Ser resiliente e focado nos objectivos a atingir e, se possível ultrapassar, não cedendo ao stress. Deve-se dar mais importância ao resultado do que ao esforço para o conseguir.
Inteligência emocional
É cada vez mais importante saber gerir a relação com os outros, reconhecendo as diferenças e comunicando com eficácia. Com o previsível aumento da aceleração do digital e do trabalho remoto, esta interacção é ainda mais necessária.
Capacidade de julgamento e tomada de decisões
Passar do pensamento crítico, criatividade e da ética empresarial e conseguir ter a capacidade de julgamento para levar à prática uma ideia. Nenhuma decisão é absolutamente consensual. Vistas as vantagens e desvantagens de cada decisão e as diferentes ideias e pessoas que estão contra ou a favor, é necessário conseguir ultrapassar barreiras e tomar a decisão.
Tomar uma decisão errada é melhor do que não tomar qualquer decisão. Uma decisão errada pode ser corrigida e uma não decisão revela ausência skills adequadas.
Orientação ao cliente
A orientação para servir os outros parceiros é fundamental, em especial se o trabalho que se executa tiver de lidar directamente com clientes. Os colegas e parceiros de negócio, não sendo clientes devem ser tratados com respeito e simpatia como se destes se tratasse.
Todos devem orientar a sua actuação pelas necessidades de quem mantém viva a organização e respeitar da mesma forma todos os stakeholders, como se de clientes se tratassem.
Flexibilidade cognitiva
A capacidade de adaptação a funções diferentes ou a suportes de trabalho diversos e a utilização de novas tecnologias e conhecimentos, é determinante para enfrentar a transformação da sociedade. É preciso saber ultrapassar a rotina e os procedimentos habituais, tendo a capacidade para encontrar soluções alternativas e saber adaptar-se a novas situações.
O que pensamos ser verdade hoje, pode deixar de o ser no curto ou médio prazo e precisamos de ter a flexibilidade necessária para adequar o nosso processo de pensamento à nova realidade.