Engenheiros e Economistas entre os mais bem remunerados
Economia, Gestão, Engenharia e Sistemas de Informação continuam a ser as áreas de formação mais bem remuneradas em território nacional.
Ainda assim, um estudo salarial agora divulgado pela empresa de consultoria de gestão Hay Group, revela que a vida dos recém-licenciados nestas áreas também já esteve mais fácil no mercado de trabalho nacional.
Seguindo a tendência da generalidade das áreas e funções, os salários praticados pelas empresas para os recém-graduados nestes sectores, sofreram quebras médias na ordem dos 10%, ao longo do último ano. Para os profissionais mais seniores, a tendência é de congelamento de salários e os aumentos, a acontecerem, garante ao semanário “Expresso” Tânia Silva, manager do Hay Group, «estarão relacionados com a necessidade de reter pessoas-chave na organização e resolver problemas de equidade interna».
Um recém-licenciado em marketing não deverá auferir, no actual cenário económico do País, um salário médio mensal superior a 970 euros. Os valores têm como padrão a retribuição base e sobem para os 1000 euros mensais no caso da área de formação ser em Gestão ou Economia, 1090 euros para quem está habilitado a trabalhar com Sistemas de Informação e 1100 euros para os Engenheiros. Nas restantes licenciaturas, a média de remuneração praticada no mercado ronda os 860 euros mensais. Segundo Tânia Silva, os números espelham os valores médio de retribuição base pagos aos recém-licenciados, na sua maioria com graduados com o segundo ciclo de Bolonha.
«O valor médio pago a um recém-graduado pelas empresas analisadas foi de 1.003 euros líquidos, o que representa uma descida de 10% face ao ano anterior», explica a responsável do Hay Group. Uma tendência que é também aplicada aos estágios profissionais, onde «no ano passado se apurou uma descida de 11% face a 2011». Segundo Tânia Silva, «os estágios são actualmente remunerados a uma média de 680 euros e a sua duração não ultrapassa os seis meses». Já em matéria de vínculos contratuais para os recém-licenciados, a prática mais comum apurada pelo estudo do Hay Group é o contrato a prazo anual, compreendendo 14 salários mensais. Com painel de amostra maioritariamente constituído por multinacionais, Tânia Silva acredita que «embora muitos recém-graduados não consigam colocação nas maiores empresas, são estas que dão cartas em matéria de política retributiva e definem um padrão para o mercado». Um padrão que se está apenas a alterar para os jovens que acabam de sair das universidades.
Já no ano passado, os aumentos salariais nas empresas portuguesas não ultrapassaram em média os 0,3% e este ano permanecerão abaixo de 1%. A acompanhar esta redução, há também cortes nos designados benefícios extra-salariais. Plafonds de telemóvel e benefícios como o carro da empresa e os seguros de saúde poderão sofrer, segundo a consultora, ajustes. Entre as empresas inquiridas no estudo, 32% congelaram salários e 68% mantiveram os aumentos perto de 1% e nas empresas onde pontualmente o incremento salarial excedeu esta percentagens, as razões apontadas foram o desempenho excepcional dos colaboradores ou a necessidade de reter talento.Uma tendência que, na perspectiva de Tânia Silva, deverá manter-se este ano ainda que 42% das empresas admitam realizar aumentos, já que têm orçamento disponível.
A amostra do estudo salarial do Hay Group, contemplou mais de 200 empresas que operam no mercado nacional. Cerca de 67% são multinacional, 55% têm um volume de negócios superior a 40 milhões de euros e 27% empregam mais de 400 colaboradores.