Mulheres continuam a sofrer de violência no trabalho, alerta OIT
A Organização Internacional do Trabalho (OIT) comemora o Dia Internacional da Mulher com o tema da violência contra as mulheres no local de trabalho, sublinhando que, a questão do assédio sexual no local de trabalho constitui uma agressão muitas vezes subtil, mas perturbadora.
Durante décadas, a OIT tem prestado aconselhamento sobre políticas de emprego, tendo ainda promovido programas para eliminar a discriminação de género no local de trabalho. Seguindo as recomendações de 2009 da CIT referentes ao desenvolvimento de políticas, programas, legislação e outras medidas para combater a violência de género, a OIT utiliza o Dia Internacional da Mulher 2013 para lembrar como o mundo do trabalho é um excelente canal quer na prevenção e reabilitação, bem como na aplicação de medidas de política.
O assédio sexual e outras formas de assédio e abuso (físico, verbal ou psicológico), bullying, assédio moral, stress relacionado com o trabalho e a violência afectam todas as profissões e sectores, e tanto mulheres como homens. No entanto, ainda não há um tratado internacional de direitos humanos que proíba explicitamente a violência contra as mulheres, pelo que a questão continua mal definida e compreendida no direito internacional sobre os direitos humanos.
Segundo a OIT, no local de trabalho, a violência é muitas vezes baseada em relações desiguais de poder. As normas internacionais da OIT sobre a igualdade de género e as relativas aos trabalhadores em situações onde a violência pode passar despercebida – trabalhadores domésticos, povos indígenas, crianças trabalhadoras, trabalhadores rurais, trabalhadores migrantes – ajudam a definir os direitos internacionais sobre o assunto.
Factos e Números
– Entre 40 e 50 por cento das mulheres nos países da União Europeia sofrem avanços sexuais não desejados, contacto físico ou outras formas de assédio sexual no local de trabalho.
– Nos Estados Unidos, 83 por cento das raparigas entre 12 e 16 anos já sofreram alguma forma de assédio sexual nas escolas públicas.
– Inquéritos a pequenos grupos na região da Ásia-Pacífico indicam que 30 a 40 por cento das trabalhadoras sofreram algum tipo de assédio – verbal, físico ou sexual.
– Uma em cada cinco pessoas (21%) na Austrália foi vítima de assédio sexual desde os 15 anos de idade; um terço das mulheres (33%) foi assediado, em comparação com menos de um em cada 10 homens (9%).
– Ainda na Austrália, a maioria (68%) destas pessoas foi assediada no trabalho. Um quarto das mulheres (25%) e um em cada seis homens (16%) foram vítimas de assédio sexual no local de trabalho.
Fonte: Violence against Women Factsheet United Nations, Secretary General’s Campaign, UNiTE, 2012 and 2011 Australian Human Rights Commission Telephone Survey.