Que líderes teremos depois da reforma dos Baby Boomers?
Um estudo da Odgers Berndtson analisa a «mudança cultural» que ocorrerá com a substituição dos líderes da geração do “baby boom” pelos nascidos na década de 80.
Como será a transição entre os líderes da geração nascida no pós-guerra – os chamados “baby boomers” – e os novos líderes das gerações X e Y, nascidos a partir de 1980? E que novas exigências trará a chegada de uma nova geração a cargos de liderança? O estudo da consultora Odgers Berndtson, elaborado em parceria com a Cass Business School, da City University London, revela que a maioria das organizações não está preparada para esta mudança, sugerindo que as empresas deverão começar a preparar de forma faseada a transição.
Este estudo, baseado em entrevistas a 100 gestores de topo e executivos de diferentes sectores e áreas geográficas, adianta que a transição dará lugar a uma renovação de competências de liderança, ainda que a mudança se traduza inicialmente numa perda de competências da força de trabalho com a reforma dos “baby boomers”.
Segundo os inquiridos, as novas competências desejadas para «atrair e motivar os futuros empregados» são «a inteligência emocional, as competências pessoais e a flexibilidade», mais valorizadas, segundo o estudo, do que as competências técnicas, essenciais ao exercício de qualquer função.
O perfil desejado é o de «um líder capaz de inspirar os colaboradores, ultrapassando barreiras etárias e geográficas, preparado para gerir a incerteza e flexível para se adaptar a novas culturas e desafios», assinalam, a par da necessidade de se ter um maior traquejo cultural de modo a poder lidar com um mundo «a diferentes velocidades», em que a globalização passou a ser «um imperativo» e em que os mercados emergentes ganham cada vez mais preponderância.
«Embora exista a consciência de que a diversidade é um elemento crítico na actual e futura liderança (80% de respostas), a maioria dos executivos ocidentais considera ainda difícil recrutar talentos nos mercados emergentes, em especial na China, Índia e Médio Oriente», refere o estudo.
A valorização do equilíbrio entre a vida pessoal e profissional, do estímulo intelectual do trabalho, da realização profissional e das perspectivas de mobilidade são, também, diferenças no perfil dos novos executivos face aos “baby boomers”, acrescentam.
Contudo, apenas 41% dos executivos inquiridos a nível mundial considera que as organizações irão conseguir fazer frente às mudanças a nível demográfico, de idade e de diversidade cultural que se registam actualmente. Mais: 68% dos seniores inquiridos consideram «a “sua” empresa demasiado dependente dos líderes nascidos durante a explosão demográfica do pós-guerra», refere o estudo.
As dificuldades de adaptação, notam, vêm do perfil de recrutamento das empresas, geralmente feito à imagem do líder e impeditivo de uma renovação de recursos humanos necessária aos desafios actuais.