Há cada vez mais estrangeiros a comprar e arrendar casas em Portugal. E a nacionalidade que se destaca pode surpreender

O peso médio da procura internacional para compra nas 20 capitais de distritos portugueses fixou-se em cerca de 27% tanto no final de 2019, como no final de 2022. E no mercado de arrendamento registou-se ainda uma maior procura internacional em Dezembro de 2022 (32%) do que antes da pandemia (24%), sendo o Brasil o principal mercado responsável por esta dinâmica. Os dados são de um estudo do Idealista. 

 

Embora a procura internacional de casas para comprar tenha estabilizado a nível nacional, houve 12 capitais de distrito onde esta procura subiu e oito cidades onde desceu entre 2019 e 2022. Foi no Funchal onde o crescimento foi mais expressivo (9,5 p.p), passando a representar cerca de 50% do total da procura de casas nesta cidade em Dezembro passado.

Os estrangeiros também ganharam interesse por comprar habitações situadas em Leiria (3,8 p.p) e em Coimbra (3,5 p.p). Já em Portalegre e em Beja foi onde a procura internacional de casas mais desceu.

Além da capital madeirense, a procura de casas desde o mercado externo é bem expressiva em Ponta Delgada, representando 40% do total em Dezembro de 2022 (de notar que 60% da procura é nacional).

Também em Faro, em Viana do Castelo e em Bragança, uma em cada três pessoas que procuram adquirir habitação é de origem estrangeira. Por outro lado, Beja, Évora e Coimbra são as cidades do país que parecem atrair menos os estrangeiros para comprar casa, de acordo com os mesmos dados do Idealista.

As habitações à venda nas 20 capitais de distrito portugueses estão na mira dos cidadãos dos mais diferentes países. Os mais activos são mesmo os mercados brasileiro, norte-americano e o francês, revelam os dados.

Em Lisboa, os estrangeiros representaram 21% do total da procura de casas para comprar em Dezembro de 2022 (+0,9 p.p face ao final de 2019). Aqui a procura é sobretudo sentida pelos norte-americanos, brasileiros e espanhóis.

No Porto, uma em cada cinco pessoas que procura casa para comprar é de origem estrangeira (+0,6 p.p. face a 2019). Na cidade invicta, quem procura mais casas são os cidadãos oriundos do Brasil, Estados Unidos e Espanha.

Em Faro, a procura internacional representa 36% do total (+2,5 p.p. do que antes da pandemia). E na capital algarvia quem procura mais casas para comprar são os alemães, britânicos e norte-americanos.

Há também cada vez mais cidadãos estrangeiros a procurar casas para arrendar em Portugal. Os dados do Idealista confirmam esta tendência, já que a média da procura internacional das 20 capitais de distritos passou de cerca de 24% em Dezembro de 2019 (antes da pandemia) para 32% no final de 2022 (+8,2 p.p). De notar que, ainda assim, os cidadãos que residem em Portugal continuam a dominar a procura de casas para arrendar, um mercado que sofre especialmente com a falta de oferta de habitação.

A procura de casas para arrendar por estrangeiros aumentou em 19 das 20 cidades portugueses analisadas pelo idealista/news entre o final de 2019 e o final de 2022, tendo esta subida sido mais expressiva em Ponta Delgada (+19,1 p.p.), no Funchal (+19 p.p.) e no Porto (+11,6p.p.).

No mercado de arrendamento português, a subida da procura internacional foi menos pronunciada em Beja, Portalegre e Faro. E só mesmo em Vila Real é que a procura por parte de clientes estrangeiros estabilizou entre estes dois momentos..

De acordo com os mesmos dados relativos ao final de 2022, é no Funchal, em Viana do Castelo e em Bragança, onde os cidadãos estrangeiros mais procuram casas para arrendar, pesando 49%, 43% e 42% no total da procura em cada cidade, respectivamente. Já Portalegre, Évora e Beja são as cidades que sentiram uma menor procura internacional no mercado de arrendamento no final de 2022, muito embora represente entre 20% e 23% do total.

Enquanto no mercado de compra e venda a procura de casas seja proveniente de cidadãos estrangeiros das mais variadas nacionalidades, no mercado de arrendamento o mesmo não se observa. Salta à vista que a procura de casas para arrendar é sobretudo dominada pelo mercado brasileiro, que ocupa o primeiro lugar da procura internacional em 18 capitais de distrito.

As únicas excepções são o Funchal (onde são os cidadãos alemães que mais procuram casas) e Ponta Delgada (onde o interesse de arrendar casa surge, sobretudo, por parte dos norte-americanos). O segundo lugar da procura internacional neste mercado é dominado por cidadãos oriundos dos Estados Unidos e de Espanha, revelam os dados.

Em Lisboa, a procura de casas para arrendar por parte dos cidadãos estrangeiros representou 29% do total em Dezembro de 2022 (+10,3 p.p. face ao final de 2019). Quem tem mais interesse em arrendar casa na capital portuguesa são os brasileiros, seguidos dos norte-americanos e dos espanhóis.

No Porto, uma em cada três pessoas que procura casa para arrendar possui nacionalidade estrangeira (+11,6 p.p. face a 2019). Na cidade invicta, são os brasileiros, norte-americanos e os espanhóis que mais procuram (estas nacionalidades coincidem com as registadas no top 3 da Invicta para o mercado de compra e venda).

Em Faro, a procura internacional pesa 38% do total (+3,2 p.p. do que antes da pandemia). Quem procura mais casas para arrendar na capital do Algarve são os brasileiros, espanhóis e os norte-americanos.

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