Falta de mão-de-obra qualificada é o maior desafio para as organizações em processo de transformação digital, diz estudo. E identifica 6 tendências
A falta de mão de obra qualificada continuará a ser um desafio para as organizações em processo de transformação digital, pelo que deverá haver um esforço na formação e captação de talento. Esta é uma das conclusões da 14.ª edição do estudo Tech Trends da Deloitte, que analisa as principais evoluções tecnológicas e identifica as seis tendências que irão ter maior impacto nas organizações.
Por outro lado, a massificação das tecnologias de IA (Inteligência Artificial), a adesão a ecossistemas e arquitecturas descentralizadas e a expansão do metaverso são algumas das tendências que deverão impactar as empresas portuguesas nos próximos anos e que vão ajudar a agilizar as suas operações.
A edição anual do Tech Trends identifica seis macro forças tecnológicas que, juntas, fornecem uma estrutura para a evolução contínua em direcção a três estratégias: simplicidade, inteligência e abundância. Essas tecnologias estão a moldar os negócios e a criar novas oportunidades para a transformação digital.
São as estas seis tendências que o estudo considera que irão impactar os negócios das organizações:
1. Internet imersiva para as empresas
Interfaces virtuais mudarão para além dos ecrãs para uma internet imersiva que se manifestará de três maneiras: realidade estendida, incluindo uma experiência no metaverso voltada para o consumidor; simulação empresarial, usando gêmeos digitais dos nossos activos físicos para prototipar e experimentar; e uma maior experiência da força de trabalho – em recrutamento, produtividade, aprendizagem e muito mais.
Com a capacidade de estender o mundo digital no espaço físico, as empresas inovadoras estão a explorar a promessa de uma internet imersiva para construir modelos de negócios lucrativos em torno dos recursos exclusivos oferecidos pela «realidade ilimitada».
2. Abrindo caminho para as novas tecnologias de IA (Inteligência Artificial)
Num momento em que as ferramentas de IA crescem exponencialmente, as organizações estão a descobrir as inúmeras vantagens desta tecnologia quando devidamente utilizada. Para gerar um nível cada vez mais elevado de confiança, os algoritmos de IA devem ser visíveis, auditáveis e explicáveis, e os profissionais das organizações devem estar directamente envolvidos no desenho e impacto destas ferramentas para o negócio.
3. Acima das nuvens, como dominar o multicloud
10 anos de implementações multicloud criaram uma complexidade considerável na gestão da cloud. Atualmente as empresas estão a tentar simplificar o processo através de uma camada de abstração e automação (chamada metacloud ou supercloud). Com estesserviços cross-cloud a permitiremgerir operações, governação e segurança, as organizações podem aproveitar ao máximo a versatilidade, elasticidade, flexibilidade e escalabilidade da Cloud.
4. Flexibilidade, o melhor aliado: reinventar a força de trabalho na área da tecnologia:
A inovação tecnológica está no centro da estratégia de negócio das organizações. Para fazer face à atual escassez de talento, onde cada vez se sentem mais dificuldades na contratação de profissionais especializados, as organizações estão a definir estratégias de longo prazo para criar, promover e cultivar talento em tecnologia nas organizações.
Ao permitir que os profissionais explorem diferentes modelos flexíveis as organizações estão a oferecer uma experiência de trabalho diferenciada com naturais vantagens para o negócio.
5. Arquitecturas e ecossistemas descentralizados:
Mesmo com a volatilidade do mercado em torno das criptomoedas, o potencial do blockchain e dos ativos digitais aplicado aos negócios continua a aumentar. Numa altura em que a desinformação e as fake news proliferam, a nova abordagem para validar dados e transacções com base em blockchain poderá ser a solução para promover uma maior confiança.
À medida que os ecossistemas alimentados por mecanismos de blockchain evoluem para a Web3, tornam-se essenciais para a criação e monetização de activos digitais.
6. Conectar e expandir: modernização dos mainframes
Mais do que substituir soluções mainframe, as organizações estão a procurar expandi-las, integrando-as a tecnologias emergentes. Actualmente, face aos custos e riscos inerentes a uma transformação de soluções core, algumas organizações estão a explorar potenciar soluções de mainframe e integrá-las com tecnologias modernas com base em conectores inovadores baseados em micro-serviços alavancados em IA, bem como interfaces de utilizador inovadores que fornecem novos oportunidades usando mecanismos de Cloud, machine learning e IA.