Como preparar a sua empresa para a digitalização?
A X Conferência da Human Resources trouxe algumas respostas, durante a manhã de hoje no Hotel Dom Pedro. German Nicolás (Hay Group) explicou as implicações da tecnologia digital na organização do trabalho.
O digital está a transformar o mundo em que vivemos e a forma de trabalhar. «60% do trabalho não existia há 25 anos e eventualmente 60% dos trabalhos de hoje desaparecerão daqui a 25 anos. Mas quanto mais os trabalhos forem intelectuais, menos é a probabilidade de serem substituídos por máquinas», esta foi uma das várias reflexões com que German Nicolás, director-geral de Consultoria para o Sul da Europa do Hay Group e keynote speaker, nos deixou.
Apesar dos avanços da inteligência artificial, para o keynote speaker «a inteligência social, a percepção e a criatividade continuam a ser a chave». Para o Hay Group, consultora de Gestão Organizacional e de Pessoas, a inteligência social é a habilidade de interagir e manter relacionamentos com as pessoas. «Há de facto empregos que não estão em risco de extinção neste novo mundo. Profissões como os cirurgiões – que implicam manuseamento cirúrgico; os realizadores e designers – que envolvem o uso da criatividade; e CEOs, professores e advogados – que fazem uso da persuasão e manipulação – podem ficar descansados», partilha.
Em contraponto, a digitalização vai criar também novos trabalhos, conta German Nicolás. «A indústria automóvel antes era obcecada com a eficiência, hoje o paradigma é o da flexibilidade, no sentido de construir maior diversidade e chegar a mais nichos de mercado». Outro exemplo dado, foi o entretenimento, outrora consumido episódio a episódio, hoje fala-se no “on demand”, onde o cliente escolhe o que quer ver e quando. Ou nas indústrias farmacêutica, seguradoras ou de retalho que antecipam e prevêem comportamentos do consumidor/ cliente.
O keynote speaker assume que as organizações modernas vão precisar de “hot skills”, ou seja, de competências cognitivas, sistemáticas, de liderança e transaccionais.
Perante uma plateia de casa cheia, German Nicolás encerra a sua intervenção com duas questões. «Como pode uma companhia estar preparada para o futuro? E como se deve preparar a empresa para a digitalização?». E responde: «Vai ser complicado, mas primeiro tem de procurar soluções e sistemas integrados. Hoje trabalha-se em network, não há pirâmides nem matriz, há papéis dinâmicos, onde todos interagem. As políticas de recrutamento, de promoção vão determinar a velocidade da empresa e a evolução da força de trabalho.
É crucial criar vantagem competitiva, e isto pode ser através de identificar o trabalho crítico; a informação importante; as “hot skills” e simular um futuro dinâmico. E isto não é só sobre RH, é sobre criar valor», conclui.
Por TitiAna Amorim Barroso
Leia a reportagem na íntegra sobre a X Conferência na edição de Dezembro da revista Human Resources.