Mercado de trabalho português está mais qualificado. E há um factor principal que o explicar

Em 2023 o mercado de trabalho recompôs-se e tornou-se mais qualificado devido à crescente intensidade digital das profissões. Quem o diz é o relatório da Fundação José Neves sobre “O Estado da Nação: Educação, Emprego e Competências em Portugal”.

 

Entre 2019 e 2023, os níveis de emprego e de participação no mercado de trabalho português recuperaram a trajectória de crescimento anterior à pandemia. Em 2023 a população empregada estava nos 4,9 milhões, quando era de 4,8 milhões em 2019 e 4,6 milhões em 2020, em plena crise pandémica.

Neste período, o mercado de trabalho recompôs-se e tornou-se mais qualificado. Esta recomposição prende-se, em grande parte, com o crescimento do peso de sectores mais intensivos em conhecimento e tecnologia, com profissões qualificadas associadas à gestão e às TIC e associadas a tarefas mais administrativas, que ganharam peso no emprego nos últimos anos.

Entre 2019 e 2023, uma análise da evolução do volume total de emprego – medido pelo total de horas semanais habitualmente trabalhadas – demonstra que foi sobretudo o emprego desempenhado por trabalhadores com Ensino Superior completo que cresceu do ponto de vista relativo, 24% entre os mais jovens (18 aos 34 anos) e 16% entre os trabalhadores adultos (35 aos 69 anos).

Verifica-se ainda que as ofertas de emprego com requisitos de qualificações ao nível do mestrado assumem cada vez maior importância. Um crescimento que parece ter acelerado sobretudo a partir de 2022, já numa fase pós-pandemia (de 35,6% em Janeiro de 2022 para 38,5% em Dezembro de 2023).

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