Há algo que faria 70% dos profissionais europeus recusar a oferta de emprego. Adivinha o que é?

Mais de dois terços (68%) dos profissionais europeus recusariam uma oferta de emprego atractiva caso tivessem uma impressão negativa durante a entrevista – por exemplo, se lhes fizessem perguntas discriminatórias ou se tivessem uma má interacção com o entrevistador -, ficando acima da média global de 54%, segundo o estudo Decoding Global Talent 2024: How Work Preferences Are Shifting in the Age of GenAI, realizado pela Boston Consulting Group (BCG) em parceria com o The Network e com o The Stepstone Group.

 

Na mesma linha, 42% destes profissionais recusariam uma oportunidade de trabalho apelativa se a organização não oferecesse opções de trabalho remoto.

A nível global, além destes, o impacto negativo na sociedade é considerado por cerca de 40% dos profissionais como um factor para recusar uma oferta de trabalho, bem como a falta de apoio à saúde mental e ao bem-estar, particularmente entre os inquiridos dos países da Ásia-Pacífico e da África Subsariana.

«O mercado laboral tem sido marcado por questões como a escassez de talento, tensões geopolíticas, instabilidade económica, disrupções tecnológicas e diversidade e inclusão. Estes factores têm vindo a alterar as prioridades e necessidades dos profissionais, que se adaptam a novas realidades e desafios, e que são cada vez mais selectivos quanto aos requisitos para trabalhar nas organizações», afirma Manuel Luiz, Managing director e partner da BCG em Lisboa.

«Actualmente, os profissionais têm estado mais predispostos à adaptação e requalificação para evoluírem e se conseguirem manter competitivos no mercado. É essencial que as organizações desenvolvam estratégias eficazes para atrair e reter talento, bem como para o qualificar. A perspectiva de crescimento dentro da empresa tem um papel preponderante para este fim.»

O relatório revela que os europeus priorizam o equilíbrio entre a vida profissional e a vida pessoal, uma boa relação com os colegas de trabalho e com os superiores, e uma boa remuneração, enquanto a principal prioridade a nível global é a segurança do emprego.

Além destes factores, os profissionais na Europa valorizam mais do que os restantes o tempo de férias e folgas pagas e o interesse dos conteúdos com que trabalham. Os profissionais na América do Norte e na Ásia, por sua vez, valorizam mais a compensação financeira e benefícios como uma boa reforma, seguros e comodidades no local de trabalho, e os profissionais em África e no Médio Oriente dão maior importância à reputação e estabilidade da organização empregadora, bem como a oportunidades de crescimento e de assumir maiores responsabilidades na empresa.

O aparecimento da Inteligência Artificial Generativa (IA Generativa) é também um factor que veio alterar as preferências dos colaboradores. Neste contexto, 49% dos profissionais a nível global acreditam que as suas tarefas serão alteradas e que precisarão de novas competências e 21% consideram que o seu trabalho vai mudar por completo e que terão de se requalificar, sendo que 57% afirmam que estão dispostos a requalificar-se para se manterem competitivos no mercado laboral.

O estudo inquiriu mais de 150 mil profissionais em 188 países, incluindo Portugal, sobre as suas preferências e prioridades.

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