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Reputação dos CEO não é afectada por processos ambientais
Os líderes, cujas empresas enfrentam processos por danos ambientais não se têm deparado com repercussões prejudiciais na sua reputação, revela estudo da Universidade de Adelaide, na Austrália.
Através de um estudo que abrangeu quase 10 mil casos apresentados no Tribunal Federal dos Estados Unidos ao longo de um período de oito anos, os investigadores da Universidade de Adelaide, na Austrália, analisaram o impacto na reputação dos CEO das suas empresas terem sido processadas com acções judiciais de carácter contratual, ambiental e de propriedade intelectual.
«Descobrimos que, na sequência de acções como disputas contratuais, os CEO tendem a experimentar penalidades reputacionais se deixarem a empresa processada», disse Chelsea Liu, leitora sénior que conduziu o trabalho como parte dos seus estudos de doutoramento naquela universidade. «Mas não há nenhuma evidência que sugira que os CEOs sofram qualquer tipo de danos na reputação na sequência de processos ambientais», acrescenta.
Esta pesquisa foi motivada pelo derramamento de óleo da plataforma Deepwater Horizon da BP, em 2010, situação que teve efeitos catastróficos no meio ambiente do Golfo do México. Este caso foi uma rara excepção em que se verificaram danos na reputação, sendo que, segundo Chelsea Liu, não existem registos de que o CEO Tony Hayward tenha tido outro emprego até 2014. «Este foi um caso extremo em que o CEO experienciou penalidades reputacionais, mas na maioria dos casos não acontece», explica o investigador, alertando que «a falta de sanções de reputação são reflexo do que as empresas em geral têm feito e tem implicações para a responsabilidade social das mesmas».