São estas as maiores preocupações dos empregadores europeus

O European Employer Survey Report da Littler, organização de sociedades de advogados do mundo dedicada ao Direito do Trabalho, revela que 86% dos empregadores europeus afirmam que enfrentam algum grau de dificuldade em gerir a política no local de trabalho, incluindo visões divergentes entre os trabalhadores. Isto representa um aumento em relação ao inquérito da Littler de 2023, quando 75% relataram desafios nesta área.

A maioria dos empregadores (83%) afirma também estar preocupada com as alterações na legislação laboral decorrentes das eleições de 2024 ou 2025 em toda a Europa. Mais de três quartos (77%) estão preocupados com a forma como as eleições presidenciais dos Estados Unidos poderão também ter impacto nas suas operações comerciais.

Estes obstáculos são exacerbados por outras tendências económicas, geopolíticas e culturais. Por exemplo, os empregadores europeus reportam preocupações substanciais sobre as seguintes questões nos próximos 12 meses:

  • Condições financeiras e impacto na gestão da força de trabalho (63%)
  • Questões sociais e culturais, como a satisfação dos colaboradores e as normas no local de trabalho pós-pandemia (53%)
  • Riscos geopolíticos (37%)

 

A utilização da IA ​​nos processos de RH tem crescido nos locais de trabalho europeus ao longo do último ano. A maioria dos inquiridos (72%) afirma que as suas organizações estão a utilizar IA generativa ou preditiva em pelo menos uma função de RH, acima do relatório do ano passado, quando cerca de 60% disseram o mesmo.

Embora a IA ofereça inúmeros benefícios, a sua utilização em RH pode apresentar obstáculos adicionais. Mais de metade dos inquiridos (53%) estão moderadamente ou muito preocupados com o cumprimento das leis de protecção de dados e segurança da informação ao utilizar a AI nesta área, enquanto 38% dizem o mesmo sobre o potencial impacto da AI ​​na eliminação de postos de trabalho.

A IA generativa apresenta desafios únicos dada a facilidade com que os colaboradores podem utilizar estas ferramentas no seu trabalho. Apenas 53% dos inquiridos, por exemplo, estão confiantes de que os trabalhadores não estão a utilizar estas ferramentas de forma inadequada. As políticas que orientam a utilização por parte dos trabalhadores podem ajudar, mas apenas 29% afirmam ter uma política interna em vigor.

As questões ESG continuam no topo das agendas dos empregadores europeus. A maioria dos executivos (79%) afirma que as suas organizações aumentaram o foco nas iniciativas ESG nos últimos 12 meses, o risco climático é uma preocupação em particular, uma vez que 76% colocaram um maior foco nesta área durante o mesmo período.

Estes esforços estão a ser impulsionados pela pressão dos trabalhadores, clientes e stakeholders bem como por imposição legal, nomeadamente a Directiva UE relativa ao dever de diligência das empresas em matéria de sustentabilidade, que entrou em vigor em julho. Embora os Estados-Membros tenham até 2026 para implementar os requisitos da diretiva nas suas legislações nacionais, 85% das organizações afirmam que estão pelo menos um pouco preparadas para as novas obrigações de compliance.

O relatório explora diversas mudanças adicionais com impacto no local de trabalho. Por exemplo, 87% dos executivos estão preparados para cumprir a Diretiva de Transparência Salarial da UE, enquanto 73% registaram um aumento nos pedidos de adaptação em matéria de saúde mental por parte dos funcionários durante o ano passado.

O relatório inclui também comparações entre os Estados Unidos e a Europa, quando aplicável, juntamente com resultados específicos de cada país para algumas das principais economias da Europa.

O European Employer Survey Report inquiriu 630 directores de recursos humanos, lideres empresariais e advogados in-house de toda a europa – 57% dos quais ocupam cargos de administração nas suas organizações.

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