Neste país muito trabalhadores não se conseguem despedir, por isso contratam quem o faça por eles (e assim não enfrentar o chefe)

No Japão, a rígida cultura de trabalho tem levado muitos trabalhadores a recorrer a agências especializadas em demissões, como a Momuri, para deixarem os seus empregos sem enfrentarem directamente os chefes, revelou a CNN.

 

De acordo com a publicação, pedir para sair a horas do trabalho ou tirar férias já pode ser complicado. Mais complicado ainda é apresentar a demissão, que pode ser vista como a derradeira forma de desrespeito na quarta maior economia do mundo, onde os trabalhadores tradicionalmente se mantêm ligados a um empregador durante décadas, se não mesmo durante toda a vida.

Nos casos mais extremos, os chefes chegam a rasgar as cartas de demissão e assediam os empregados para os obrigar a ficar.

Por essa razão, muitos trabalhadores têm recorrido a agências de demissões como a Momuri, agência de demissões que ajuda colaboradores tímidos a deixarem os seus chefes intimidantes. Shiori Kawamata, director de operações da Momuri, diz que só no ano passado receberam cerca de 11 mil pedidos de informação de clientes.

Por 22 mil ienes (cerca de 140 euros) – ou 12 mil ienes para os que trabalham a tempo parcial – a empresa compromete-se a ajudar os trabalhadores a apresentar a demissão, a negociar com as empresas e a recomendar advogados em caso de litígio.

O sector já existia antes da COVID-19, mas a sua popularidade cresceu após a pandemia, depois de anos de trabalho a partir de casa terem levado até alguns dos trabalhadores mais leais do Japão a refletir sobre as suas carreiras, de acordo com especialistas em recursos humanos. Não existe uma contagem oficial sobre o número de agências de demissão que surgiram no país, mas quem as dirige confirma o aumento da procura.

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