Algas e vinho tinto fresco. Não lhe agrada? São duas tendências da restauração para 2025. Veja as outras
O último trimestre de 2024 iniciou-se e é tempo de começar a pensar no ano que se avizinha. Com isso em mente, as Edições do Gosto apresentam as nove tendências que se prevê que vão marcar o ano de 2025 no universo gastronómico e da restauração.
Conheça as nove tendências da restauração que se acredita que vão marcar o ano de 2025.
1 – Uma só saúde
O conceito “Uma só saúde” (One Health) é uma abordagem integrada para equilibrar e optimizar a saúde das pessoas, dos animais e do ambiente. Cada interveniente na cadeia gastronómica, desde o produtor ao consumidor, tem um papel decisivo nesta missão. A restauração estará cada vez mais dedicada à criação de cartas e pratos que respondam de forma mais consciente e transparente relativamente aos ingredientes, à sua origem e à sua confecção.
2 – A revolta das tascas
Uma nova geração de restauradores junta-se aos notáveis perpetuadores do património gastronómico português com a missão de “não deixar a tasca morrer”. O desejo de regressar às bases culinárias de conforto e à simplicidade da oferta gastronómica despertaram o “adormecido” conceito de tasca que quer voltar a ter o protagonismo de outrora, seja sob a forma mais tradicional, seja sob um formato mais contemporâneo, mas sempre fiel ao espírito.
3 – Desperdício ao serviço da criatividade
A redução do desperdício tem sido uma causa presente na restauração. A sustentabilidade assim obriga e a optimização de custos assim incentiva. Por isso, não é surpreendente que esta guerra ao desperdício tenha evoluído para um desafio criativo lançado aos profissionais de cozinha. Assistimos ao nascimento de inúmeras iniciativas que partem desta premissa para alterar a narrativa negativa e gerar criativamente novos conceitos e menus que contem admiráveis histórias gastronómicas.
4 – Restaurante inclusivo
A palavra de ordem em 2025 será “Inclusão”. Um restaurante inclusivo celebra a diversidade, seja dos seus colaboradores, seja dos seus clientes. Um compromisso contínuo de eliminar barreiras para que o espaço e a experiência gastronómica valorizem e respeitem todas as pessoas, independentemente da idade, género, origem, orientação sexual, aptidão física ou outra componente.
5 – Cruzamentos culinários
Os limites das categorias e origens culinárias são cada vez mais ténues, dando azo ao aparecimento de ofertas híbridas que desafiam o instituído. Nascem novas e livres misturas de tradições culinárias para novos e curiosos consumidores que procuram experiências gastronómicas inovadoras. Em 2025, assistiremos ao rápido crescimento de ofertas de restauração internacionais com ”twist” local, e vice-versa.
6 – Toca a fermentar
Não é nada de novo. Por todo o mundo, fermentam-se alimentos há milhares de anos. Mas os alimentos e bebidas fermentados estão actualmente a reviver um período áureo. Tipos de condimentos, pickles, iogurtes, kombucha, kimchi, carnes, pães, entre outros exemplos estão a invadir os restaurantes pela sua durabilidade, valor nutricional, benefícios em termos de saúde e digestibilidade e pelos interessantes aromas e sabores que o processo de fermentação aporta.
7 – Vinhos tintos frescos
Uma crescente tendência mundial é a de beber vinhos tintos frescos. Estes vinhos mais leves e frutados, normalmente com um teor alcoólico mais baixo, sem taninos fortes, com pouco ou nenhum estágio em madeira, são servidos a temperaturas mais baixas, tornando-os mais refrescantes e suaves. Trazem igualmente inovação e elasticidade nas harmonizações e experiências gastronómicas.
8 – Algas à mesa
Já muitos apontavam o admirável e comestível mundo das algas, mas poucos eram os que incorporavam este super-alimento nas suas criações gastronómicas. Em 2025 esta fonte de fibras, vitaminas, minerais, antioxidantes e proteínas, seja pelo sabor, seja pelas características nutricionais, ou ainda pelo carácter sustentável, começará a estar mais presente à mesa dos restaurantes. Afinal de contas, os oceanos são considerados por muitos como as “quintas do futuro”.
9 – Pastelaria sem culpa
Uma larga fatia dos consumidores actuais está focado na saúde e nos alimentos que consomem, procurando em muitos momentos de consumo a chamada indulgência permissível. Os profissionais de pastelaria estão atentos a esta tendência e rapidamente criaram um conjunto de alternativas. Surgem ofertas com menos açúcar, outras com ingredientes mais naturais, e ainda algumas veganas, entre outras soluções mais saudáveis e sustentáveis.
Esta iniciativa resulta do trabalho desenvolvido pela organização junto da comunidade gastronómica. Este ano, a iniciativa contou com colaboração de um painel de 50 contribuidores que, através das suas opiniões, ajudaram a construir a lista de tendências, entre cozinheiros, pasteleiros, padeiros, restauradores, formadores, sommeliers, jornalistas, bartenders, investigadores gastronómicos, produtores de eventos na área da gastronomia, entre outros.