Portuguesas premiadas (a nível europeu) por contribuirem para mudar o futuro do sector agrolimentar

Um grupo de mulheres empreendedoras em Portugal, participantes do programa EWA (Empowering Women in Agrifood), que está a moldar o futuro do sector agroalimentar, serão premiadas, hoje, dia 13 de Novembro, às 14h00, no restaurante “É uma Mesa”, em Lisboa, num evento sobre o futuro da alimentação na Europa.

Este evento de entrega dos prémios às vencedoras contará com um debate sobre o futuro do sector agroalimentar europeu, que juntará académicos e investigadores, bem como o Secretário de Estado da Agricultura, João Moura.

O projecto, que tem como objectivo capacitar mulheres para liderar no sector agroalimentar, é financiado pela União Europeia e visa criar um impacto positivo tanto em Portugal quanto em toda a Europa, respondendo aos desafios contemporâneos de segurança alimentar e sustentabilidade.

Em 2023, a UE registrou um aumento de 10% nas exportações agroalimentares em comparação ao ano anterior, contribuindo com 225 mil milhões de euros para a economia. A diversificação nos mercados, com novos acordos comerciais, é uma estratégia para fortalecer ainda mais a resiliência do sector diante de crises globais, como foi evidenciado pelo impacto da pandemia e pela guerra na Ucrânia. Estes eventos geraram novas prioridades em segurança alimentar e auto-suficiência, com a Comissão Europeia intensificando a monitorização de cadeias de fornecimento para enfrentar ameaças à produção e ao comércio de alimentos.

«Num momento em que a União Europeia está a reforçar as suas políticas de sustentabilidade alimentar, a contribuição de projectos como o EWA é fundamental para alcançar os ambiciosos objectivos do Green Deal Europeu», afirma Catarina Miguel Martins, directora do Drive Impact, parceiro desta iniciativa. «As ideias e soluções apresentadas pelas empreendedoras portuguesas têm o potencial de desempenhar um papel crucial na construção de um sistema agroalimentar mais resiliente, reduzindo o impacto ambiental da produção e consumo de alimentos, promovendo a biodiversidade e mitigando as alterações climáticas».

As iniciativas das participantes do EWA abordam questões críticas, como a optimização dos recursos naturais, a redução do desperdício alimentar, a agricultura regenerativa e o uso de tecnologias avançadas para criar cadeias de abastecimento mais eficientes e sustentáveis. As empreendedoras desenvolvem soluções que variam desde tecnologias de monitorização de solo e cultivo, práticas de agricultura regenerativa, alternativas de embalagens biodegradáveis, até produtos de origem vegetal inovadores, que promovem uma alimentação mais saudável e acessível.

A sustentabilidade é uma das principais metas do Pacto Ecológico Europeu. A UE está a implementar práticas agrícolas mais verdes por meio de subsídios da Política Agrícola Comum (PAC), que promove uma gestão sustentável do solo e incentiva a agricultura orgânica. Em 2023, as práticas agrícolas sustentáveis cobriram mais de 25% das terras agrícolas da UE, com um crescimento contínuo previsto para atender à meta de 30% até 2030. A Comissão também apoia a inovação no sector agroalimentar através de programas de digitalização que visam reduzir desperdícios e melhorar a eficiência da produção, essenciais para um futuro alimentar mais sustentável e resiliente.

«Para além das inovações tecnológicas, o projecto EWA reforça a importância da liderança feminina no setor agroalimentar, tradicionalmente dominado por homens. Ao incentivar a participação activa de mulheres com ideias inovadoras e visão estratégica, o EWA promove a inclusão e diversidade no sector, essenciais para a construção de um futuro alimentar resiliente», afirma Catarina Miguel Martins.

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