Emprego volta a registar valores históricos e remunerações médias por trabalho dependente sobe mais de 5%
A Randstad Portugal divulgou a sua análise aos dados estatísticos do Instituto Nacional de Estatística (INE), do Serviço Público do Emprego Nacional (IEFP) e da Segurança Social, relativos ao mês de Outubro. Os números divulgados pelo INE mostram que, o mercado de trabalho em Portugal mantem-se estável, com uma taxa de desemprego de 6,6% registada em Outubro, valor igual ao registado no mês anterior.
O número total de desempregados em Outubro foi de 357.900 pessoas em Outubro. Face ao mês homólogo, registou-se uma ligeira redução do desemprego, de 0,1 p.p. (menos 1.900 pessoas). Esta redução do desemprego foi observada apenas nos homens e nos adultos (25 a 74 anos).
Por sua vez, o número de pessoas empregadas continua acima dos 5,1 milhões, atingindo os 5.105.700 de profissionais empregados em Outubro. O emprego registou um ligeiro aumento de 2900 pessoas (0,1%) face ao mês anterior, mantendo-se a taxa de emprego em 64,3% quando comparada com Setembro. Em termos homólogos, existem hoje mais 71.800 profissionais empregados do que há um ano (1,4%).
No que diz respeito às remunerações por trabalho dependente, estas apresentaram, em setembro, um valor médio de 1.398,17€ o que implica uma queda mensal de -6,1% (face a Agosto). Em comparação com setembro de 2023, houve um aumento de 5,2%. Por regiões, o valor mais elevado da remuneração declarada é apresentado por Lisboa (1.616,26€), seguido de Setúbal (1.412,21€). Pelo contrário, as regiões com valor menor das remunerações declaradas são Beja (1.111,98€) e Portalegre (1.165,60€). No caso de Beja, a diferença da remuneração média comparativamente a Lisboa é de 504,28€.
A população activa também teve um ligeiro aumento de 2600 pessoas, justificado pelo aumento da população empregada e pela ligeira queda da população desempregada, (de apenas 300 pessoas, ou seja, -0,1% face ao mês de Setembro). Quando comparado com o mesmo mês do ano passado, registam-se mais 69.900 pessoas (1,3%), alcançando as 5.463.600 pessoas activas. Tal deveu-se ao facto de o aumento da população empregada ter sido superior, em termos absolutos, à diminuição da população desempregada. A queda homóloga do desemprego foi de (-0,5%).
Uma análise aos dados divulgados pela Segurança Social e pelo IEFP indicam que 57,7% das pessoas inscritas como desempregadas registadas em Portugal recebem algum tipo de prestação de desemprego. Este nível de cobertura social é um indicador essencial da realidade do mercado de trabalho, pois reflecte não só o número de pessoas desempregadas, mas também a capacidade do sistema de apoio social em amparar os que se encontram fora do mercado de trabalho.
Em Outubro, o número de beneficiários de prestações de desemprego foi de 180.192, o que representa uma diminuição de 2,9% em relação ao mês anterior, quando havia 185.667 beneficiários (menos 5.475 pessoas). Esta queda pode estar relacionada ao término do período de elegibilidade dos beneficiários ou à melhoria da situação laboral das pessoas. Neste caso, como houve um aumento mensal do desemprego registado, a queda no número de beneficiários é explicada pela perda de elegibilidade para receber esta prestação.
Em comparação com os dados do ano anterior, quando a cobertura destas prestações era de 56,2%, observamos um aumento de 5,7% no número de beneficiários de prestações de desemprego (mais 9726 pessoas).
Isabel Roseiro, directora de Marketing da Randstad Portugal, faz um balanço positivo do panorama actual do mercado de trabalho: «Os dados mostram que estamos numa fase de relativa estabilidade. O desemprego tem-se mantido na ordem dos 6,6%, mas o emprego tem vindo a crescer e temos hoje valores históricos de pessoas empregadas. Outro dado positivo é o aumento das remunerações, ou seja, a massa salarial também está a aumentar face a 2023.»