Este é um dos principais riscos para as empresas e deverá custar-lhes 13,38 mil milhões de euros

O cibercrime tem emergido como um dos principais riscos para as empresas, prevendo-se que as despesas globais associadas a esta questão atinjam 13,38 mil milhões de euros até 2028, segundo o estudo “Are Leaders as Prepared for Strategic Risks as They Think They Are?”, realizado pela Boston Consulting Group (BCG).
Neste contexto, o custo médio de uma violação de dados subiu para 4,36 milhões de dólares em 2023, um crescimento de 15% face aos três anos anteriores, e os líderes empresariais classificam o cibercrime e as perturbações tecnológicas como os principais riscos estratégicos a curto prazo (no próximo ano) e a médio prazo (nos próximos três a cinco anos).

Apesar da maior exposição aos riscos, a maioria dos executivos (71%) sente-se confiante na preparação estratégica das suas organizações para enfrentar riscos, e 79% considera a gestão de riscos estratégicos como uma prioridade para a sua empresa.

No entanto, mais de metade (53%) dos inquiridos afirma que a sua organização enfrentou uma crise ou grande disrupção no último ano, e cerca de oito em cada 10 executivos percepciona-os única e exclusivamente como vulnerabilidades. Esta conjuntura abre espaço para as empresas mudarem a sua abordagem e passarem a olhar para o risco, não apenas como um desafio, mas também como uma oportunidade para antecipar distúrbios e adoptar práticas que permitam criar valor a partir da disrupção.

Para garantir que as empresas conseguem abordar proactivamente os riscos futuros, é necessário envolver a liderança e todas as camadas da organização no processo de melhoria da gestão estratégica de risco e da resiliência. Para tal, a BCG recomenda a adopção de três acções-chave:

1. Mudar a mentalidade organizacional em relação ao risco. Ao promover uma cultura que encare o risco simultaneamente como um desafio e uma oportunidade, as organizações podem adotar uma abordagem equilibrada que reconheça o seu potencial tanto para a proteção como para a criação de valor a partir da disrupção, sensibilizando toda a organização para o papel integral do risco no planeamento estratégico.

 

2. Aproximar as funções de estratégia e risco. As empresas devem integrar os processos de gestão de risco diretamente no planeamento estratégico, através da criação de equipas transversais que incluam profissionais especializados em gestão de risco e estratégia. Desta forma, garantem que estas funções estão alinhadas, facilitando uma abordagem dinâmica para navegar em incertezas, e ganhando vantagem competitiva.

 

3. Melhorar a deteção, monitorização e relato dos riscos. Através da combinação de talento, tecnologia e análise de dados, as organizações podem melhorar a sua capacidade de monitorizar os ecossistemas para identificar tendências, sinais de alerta precoce e indicadores de pontos de inflexão. Isto permite-lhes identificar e aproveitar oportunidades para obter vantagem competitiva, bem como melhorar a sua preparação para potenciais consequências negativas.

 

O estudo é baseado em inquéritos a 200 executivos seniores a nível global para avaliar as capacidades das suas empresas em termos de gestão de riscos estratégicos e resiliência.

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