Apostar numa startup. Sim ou não?
Hoje em dia, cada vez mais profissionais de topo tomam a decisão de trocar empregos em empresas grandes e estabelecidas por pequenas startups. Neste artigo iremos olhar para as coisas boas de trabalhar numa startup, bem como as menos boas, e avançar com alguns conselhos para quem está a pensar em mudar para essa área.
Por Gil Belford, Chief Operations Officer (COO) da Hole19
O bom…
O impacto.
Uma das principais razões avançadas por alguém que decidiu enveredar pelo mundo das startups é sempre a questão do impacto que o nosso trabalho pode ter, em comparação com trabalhar numa grande empresa.
As startups, por natureza, são mais pequenas e agem de forma mais rápida no mercado, e os resultados do nosso trabalho estão à vista, não só no interior da empresa como para o mundo lá fora. Enquanto em empresas grandes é comum os colaboradores sentirem-se como se fossem apenas mais uma peça da máquina, numa startup sentimos que o nosso contributo é essencial para o funcionamento da organização, e os frutos do nosso trabalho estão à vista.
A variedade.
Uma startup está em constante movimento, e as necessidades de hoje são diferentes das de amanhã. E isso reflecte-se também nas suas pessoas, que têm oportunidade de contribuir para diferentes áreas da empresa com maior facilidade, o que significa que também vão aprender muito mais, e de forma mais rápida. Uma coisa que não vão encontrar numa startup é monotonia.
O potencial de aceleração de carreira.
Já todos lemos uma história de alguém que começou uma startup numa pequena garagem e que hoje essa startup vale milhões. A verdade é que a grande maioria das startups falham, mas ao atingir o sucesso, uma startup oferece perspectivas de carreira que seriam impossíveis numa grande empresa. Mesmo em startups de média dimensão, o ritmo de crescimento faz com que as promoções sejam mais comuns e mais rápidas.
O menos bom…
A incerteza.
Numa startup, raramente se conhece o dia de amanhã. A verdade é que estamos a tentar fazer algo de novo, ou a desafiar um mercado de gigantes, e o sucesso nunca é garantido.
Existem startups a operar em áreas que são sensíveis a nova legislação (como a Uber ou o AirBnB, por exemplo), ou dependentes de um produto ou serviço em específico (como AppStore ou a PlayStore), que amanhã pode desaparecer ou mudar. Outro factor importante é o de que muitas startups estão dependentes de financiamento externo até atingirem a auto-sustentabilidade, e poderá sempre chegar o dia em que o investimento acaba, quer devido à situação do mercado, aos resultados da empresa, ou a uma mudança no sector. Se procuram estabilidade absoluta, se calhar uma startup não é a opção ideal.
A imprevisibilidade.
Ao contrário de em muitas empresas grandes, numa startup não vão encontrar um plano de carreira definido. Dependendo da fase em que se juntaram à empresa, a vossa progressão acontecerá de forma orgânica, muito associada às necessidades do negócio. Podem perfeitamente começar na Contabilidade e terminar como director de Vendas, passando pelas Operações e pelo Apoio ao Cliente.
A mudança constante.
Uma startup normalmente está a tentar fazer algo de novo, ou a trabalhar com novas tecnologias, o que faz com que o planeamento se torne uma tarefa muito desafiante ou mesmo impossível. A única constante numa startup é a mudança, e isso garantidamente não funciona para todos. Trabalhar numa startup exige uma capacidade de lidar bem com a ambiguidade e com um ambiente em constante mudança.
O que é preciso…
Já criei startups, já trabalhei com várias startups, grandes e pequenas, e já aconselhei muitas startups, e existem sem dúvida algumas características que são essenciais para vingar num ambiente de startup. Nomeadamente:
A capacidade de aprender.
Se tivesse de identificar uma característica chave para um empreendedor que vai agora começar uma startup, ou para alguém que se vai juntar a uma startup já estabelecida, seria sem dúvida alguma a capacidade de aprender. O ambiente num novo negócio é de constante mudança, e parar é morrer.
Aqueles que têm a abertura e capacidade de aprender mais e mais rápido do que os outros terão sempre uma vantagem e evoluirão mais rapidamente.
A adaptabilidade.
Uma startup poderá mudar de rumo e estratégia muitas vezes no seu caminho até ao sucesso, e exigirá coisas diferentes dos seus colaboradores nesse processo. A capacidade de nos reinventarmos e conseguirmos contribuir para diferentes áreas é um factor chave para o sucesso neste tipo de ambiente.
A conclusão…
As startups não são para todos, definitivamente. Mas são uma opção óptima para quem gosta de ambientes emocionantes e em rápida mudança, em que podemos participar directamente na criação de algo que potencialmente poderá influenciar a vida de milhões de pessoas.
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