Academias Corporativas: Envolver e valorizar o talento
O tema das academias corporativas voltou a ser debatido no Pequeno Almoço Human Resources. Respondendo uma necessidade que o mercado não consegue colmatar, é um também um conceito que envolve as pessoas, promove a transferência de conhecimento e a valorização dos mais seniores.
Por Ana Leonor Martins | Transcrição: Diana Pedro Tavares | Fotos: Nuno Carrancho
Em mais um Pequeno-Almoço Human Resources, voltou a debater-se o tema das Academias Corporativas que são, cada vez mais, uma aposta das empresas. O que é que justifica esta aposta e que resultados práticos já se conseguem perceber? Qual a importância estratégica que assumem no negócio? E como estão a evoluir de forma a responder às necessidades das empresas? A oferta das universidades e das escolas de negócios não é suficiente? Que sinergias estabelecem com as instituições de ensino? Qual o papel que as academias podem assumir na previsível “guerra pelo talento” a que se vai assistir em 2018? Estas foram algumas das perguntas a que se procurou dar resposta na manhã de 18 de Dezembro passado, que reuniu diversos especialistas no Hotel Palácio do Governador, em Belém.
O evento reuniu especialistas de empresas de sectores diversificados, como Tecnológico, Energético, Banca e Hotelaria, tendo marcado presença: Elsa Carvalho, directora de Recursos Humanos da REN; Fátima Silva, head of Talent & Development da Caixa Económica Montepio Geral e responsável pela Academia; Joana Ferreira, dos Recursos Humanos da Vila Galé Hotéis; Manuel Beja, head of People & Organization da Novabase; Paula Carneiro, directora de Recursos Humanos do Grupo EDP; Paulo Pisano, chief people officer do Grupo Galp Energia; Teresa Nascimento, directora de Recursos Humanos do Millennium BCP; e Vânia Neto, responsável pela área de Educação da Microsoft Portugal.
Criar formação à medida
Uma primeira ideia debatida teve a ver que se começou a necessidade que as empresas representadas à volta da mesa tiveram de apostar nas suas próprias academias de formação. «Independentemente das escolas de negócios terem um papel insubstituível, por exemplo na formação de quadros directivos, não respondem à nossa maior necessidade, que é a formação na área de negócio. A maior parte da nossa força de trabalho humana vem de técnicos especializados, e não existe essa oferta formativa no mercado. As escolas não formam e as universidades muito menos», constatou-se. «A nossa universidade, em particular, está organizada ao longo da cadeia de valor do negócio e depois tem duas escolas transversais, essas sim respondem a competências mais soft, que podem ser entregues pelas universidades. E neste caso temos vários cursos estabelecidos com universidades nacionais e internacionais. Mas a maior força da universidade está nas nossas escolas de negócio. Por outro lado – continua-se – ter uma universidade corporativa permite haver um padrão de entrega e ter conteúdos standard para todas as pessoas e, também, ter abrangência internacional, uma vez que não funciona só em Portugal.»
De forma complementar, outra responsável partilha que quando criaram o seu campus, tiveram dois objectivos fundamentais: «Para além do objectivo ligado ao desenvolvimento das pessoas, houve igualmente o objectivo fundamental de transferência de know-how e de competências críticas e específicas do nosso negócio e da nossa actividade. Não existem escolas que as trabalhem específicamente», concorda. «Assim, damos essa formação in house, através da passagem e transferência de know-how adquirido. O que precisávamos, e daí a criação do Campus, era de uma metodologia e de um suporte que sustentasse esse transferência de conhecimento. Funciona como uma academia.»
Leia a reportagem na íntegra na edição de Janeiro da Human Resources.
Veja também estes artigos.