Vanda Jesus, directora de Marketing, RP e Comunicação da Microsoft Portugal
Sinto-me francamente grata por, na minha carreira, ter trabalhado de perto com diferentes tipos de líderes – mulheres e homens -, que me inspiraram pela diversidade que imprimem ao seu estilo. Por ter, felizmente, uma experiência rica neste sentido, não conseguiria eleger apenas um conselho, mas tenho seis que moldaram os meus princípios de gestão e dos quais não abdico. Carlos Oliveira disse-me: “trabalha sempre com os melhores, só com eles podes crescer”. Carvalho Pereira (ex-Director-geral da FIL) demonstrou-me que a “paciência e a resiliência vêm com o tempo e com a idade, mas também se aprendem”. Com a Margarida Couto aprendi que devemos ser sempre muito felizes com o que fazemos porque nos eleva em criatividade, entrega e preparação. Depois, Diogo Vasconcelos, que foi uma pessoa particularmente especial para mim – uma fonte inesgotável de saber e energia em estado puro -, ensinou-me que “nunca devemos ter medo de falhar. É melhor pedir desculpa do que permissão” e mostrou-me também que “Somos o que partilhamos. Devemos ouvir e adaptar-nos aos outros, puxar o melhor neles, pois juntos somos sempre mais fortes”.
Das aprendizagens com os meus mentores retirei os meus três princípios de gestão: É fulcral nutrir as relações de mentoria – recrutar e rodear-nos dos melhores, fazê-los crescer e perceber que aprendemos tanto, todos os dias; cultivar um growth mindset (qualquer pessoa pode crescer e desenvolver-se, precisamos sempre aprender e ser insaciável curioso, precisamos estar dispostos a apoiar a incerteza, assumir riscos e avançar rapidamente quando cometemos erros. E precisamos estar abertos às ideias dos outros) princípio que tenho vivido na Microsoft sob a liderança de João Couto e da Paula Panarra; finalmente, que não há sucesso sem uso exponencial da inteligência emocional e do bom-senso.
Acho que o meu conselho é o de “procura ser espontaneamente intencional”. Nunca há um só caminho para cumprir um sonho, um plano, uma carreira ou a tua felicidade. Discute e aconselha-te sobre quais os caminhos que podes traçar – entre um e três -, escreve os caminhos possíveis, relembra-os pontualmente – a cada seis meses, por exemplo – e pensa no que estás a fazer intencionalmente para que cada um deles seja uma realidade no futuro. Aceita que alguns podem deixar de ser uma opção, porque, na verdade, quase sempre quando se fecha um, abre-se um melhor.