O employee engagement na Era digital
O employee engagement tem sido usado pelos Recursos Humanos há anos, para promover a produtividade e a performance. Mas hoje em dia o foco está alargar-se para a atracção e retenção de talento.
Texto de Hans Mangelschots, publicado no HR Trends Institute
Com a transformação digital e a indústria 4.0, a importância da comunicação interna e da tecnologia está a aumentar, tornando possível uma employee experience design digital.
O problema do Employee Engagement
De acordo com o relatório da Gallup, State of the Global Workplace report, apenas 15% dos colaboradores a nível mundial estão envolvidos no trabalho. Isto significa que 85% não investiriam emocionalmente no uso do tempo, talento e energia para acrescentar valor à sua equipa ou promover as iniciativas da organização.
Outras pesquisas da Gallup demonstram que esses 85%, nos Estados Unidos da América, custam mais de 550 mil milhões de dólares por ano, em produtividade perdida. Para o Reino Unido, o Cbfinancial menciona que os colaboradores não envolvidos são responsáveis pela produtividade perdida entre as 52 e 70 mil milhões de libras por ano.
Também calcularam os colaboradores desmotivados como um custo de entre 3400 e 10 mil libras aos seus directores em salários.
No índex do Employee Engagement, um survey realizado em 54 países e mais de 100 mil colaboradores, a pontuação global é de 7/10. Ambas as Américas tem a melhor média de 7,5/10, África está em segundo lugar, com uma média de 7,4/10, a Europa e a Ásia estão a partilhar o terceiro lugar com 6,9/10, seguidos de perto pela Austrália, com 6,8/10.
Quando incluímos o custo crescente do recrutamento num cenário de “guerra” pelo talento é compreensível, porque o employee engagement tem alta prioridade na agenda para a maioria dos líderes e managers. É também uma oportunidade para avaliar a cultura actual da empresa e para ajustar as necessidades dos colaboradores.
A Employee Experience completa a estratégia de Employee Engagement
Utilizar uma estratégia bottom-up para desenhar a experiência dos colaboradores não é sempre uma forma de garantir mais sorrisos à segunda-feira de manhã. Contudo, pode retirar as dores de cabeça relacionadas com o emprego e dar propósito, promover o engagement, a produtividade, a lealdade, o employer branding e uma cultura que encaixa numa organização do futuro.
Investir numa boa employee experience pode ser entendido como, apenas, um investimento no bem-estar dos colaboradores, mas vai muito além disso. Até para além dos Recursos Humanos.
Recursos Humanos e Comunicação Interna: linhas ténues
O papel da Comunicação Interna não é de se subestimar e afecta a reputação da organização entre os colaboradores e os clientes.
Quando a lidar com os desafios “de cima”, ao mesmo tempo que pode criar oportunidades, a Comunicação Interna está a mudar o foco dos colaboradores e a sua noção de marca pessoal. Tópicos como o bem-estar, o feedback, o desenvolvimento pessoal e as oportunidades de carreira estão a aparecer na agenda.
O employee engagement, por outro lado, é mais determinado socialmente do que hierarquicamente. A voz dos colaboradores ganha importância – especialmente quando a experiência deles é a base do engagement e tem o potencial de se tornar o novo employer branding.
Enquanto os Recursos Humanos estão a apostar em promover escolhas de carreira recompensadoras, o equilíbrio entre a vida profissional e pessoal, o reconhecimento regular e o feedback contínuo, a Comunicação Interna está a aprender sobre redes sociais internas, para além da normal intranet ou plataformas de colaboração para trabalhadores remotos e membros da equipa.
Mais, a Comunicação Interna ganha mais insight sobre os recursos (humanos) e a Gestão de Pessoas, que é fomentada pela gig economy.
A transformação digital como vantagem
Devido à transformação digital, há um aumento significativo no mercado de ferramentas e tecnologia de apoio para todo o processo de employee experience. Isto diminui as fronteiras entre a Comunicação Interna e outros departamentos, como os Recursos Humanos, que é forçado a reinventar-se.
Criar uma oportunidade de “atacar” vários temas de Recursos Humanos é um plano estratégico e operacional: o desenho do ciclo de vida do colaborador pode ser suportado de forma digital em combinação com os métodos e uma abordagem bottom-up, usada na employee experience design: uma digital employee experience design
O employee engagement pode ser optimizado com a transformação digital. E se os colaboradores estiverem entusiasmados, vão juntos para o processo de implementação, rumo a uma organização “future proof”.
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