A liderança como ponto crítico

No seu comentário aos resultados do XXVI Barómetro Human Resources, Nuno Troni, director  da Randstad Professionals defendeu que «tornar os processos mais ágeis surge como prioritário nas empresas, sendo o middle management quem mais tem de mudar.» 

 

«Nunca como hoje as empresas quiseram tanto ser ágeis, e existem vários motivos para isso: revolução digital, gestão multigeracional, surgimento de novos concorrentes e medo da disrupção – a chamada “uberização” dos sectores. Mas o que significa ser uma empresa ágil? Lançar novos produtos ou serviços não dá direito ao título. Uma empresa ágil é aquela que evolui de uma estrutura hierarquizada, organizada em silos, burocrática, com uma liderança distante e directiva, para uma empresa com uma estrutura achatada, com equipas autónomas, missões claras, diferentes líderes, que junta a transpiração com a inspiração, baseada num modelo de partilha e abertura, onde a comunicação tem um papel fundamental. O objectivo da organização não é novo, mas a forma como esta se posiciona e vive o dia-a-dia, e como interage e se relaciona com as pessoas, é diferente. Nas empresas ágeis o conceito de equipa é levado à letra. E o sucesso é celebrado e o insucesso é visto como aprendizagem. Os dados analisados mostram que a importância da agilidade é óbvia para a maioria dos inquiridos, mas que são poucas as consideradas ágeis. Tornar os processos mais ágeis surge como prioritário, sendo o middle management quem mais tem de mudar. Um ponto crítico para a agilidade da empresa é a mudança de modelo de liderança. A direcção de topo tem de ser estável, criar e comunicar a visão da empresa, mas o tradicional modelo de “chefia” termina com as equipas multidisciplinares que trabalham por projecto e não compartimentadas numa função. Esta é a agilidade necessária para um mundo que está, ele próprio, cada vez mais ágil.»

 

Este testemunho foi publicado na edição de Abril da Human Resources, no âmbito do XXVI Barómetro.