Pedro Ribeiro, Super Bock Group: «Sabemos que a IA tem um enorme potencial de substituição de humanos»
Na análise aos resultados da 52.ª edição do Barómetro da Human Resources, Pedro Ribeiro, director-geral de Talento do Super Bock Group, destaca que «a IA tem um enorme potencial de substituição de humanos, particularmente em tarefas de elevado valor e baixa criatividade, e não parece verosímil que o ritmo de criação de empregos, incluindo o reskilling para áreas mais tecnológicas, acompanhe sempre o da perda de empregos para a automação».
«O LII Barómetro, recheado de temas com grande actualidade na Gestão de Pessoas, produziu um conjunto de resultados interessante. Desde logo, o turnover. Os resultados do inquérito, a serem representativos, podem indiciar que o mercado laboral terá arrefecido um pouco, uma vez que nove em cada 10 respondentes não se manifestam preocupados com o nível de turnover, contrastando com o sentimento mais cinzento patenteado há cerca de um ano (XLVII Barómetro).
Uma alternativa menos simpática seria uma certa normalização das empresas face ao turnover. Já quanto aos motivos que levam os profissionais a saírem para outro desafio são, invariavelmente, a remuneração e a percepção de ausência de perspectivas de carreira.
Quanto à inteligência artificial (IA), cerca de metade dos respondentes declara estar a aumentar a sua utilização, o que vai ao encontro das tendências mais actuais. Mais curioso é a crença de apenas 20% do painel de que a IA vai destruir mais empregos do que os que criará. Sabemos que a IA tem um enorme potencial de substituição de humanos, particularmente em tarefas de elevado valor e baixa criatividade, e não parece verosímil que o ritmo de criação de empregos, incluindo o reskilling para áreas mais tecnológicas, acompanhe sempre o da perda de empregos para a automação.
A adopção de políticas fiscais centrais mais atractivas para os quadros deve constituir um complemento a algumas medidas já em curso por parte das empresas. A chegada a bom porto neste importante desafio terá de passar por um esforço partilhado.»
Este testemunho foi publicado na edição de Abril (nº.160) da Human Resources, no âmbito da LII edição do seu Barómetro.
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