A magia de atingir os resultados
Durante quase dois dias, quinze pessoas estiveram “Em Busca da Magia”. O curso leccionado por Pedro Vieira de iniciação à Programação Neuro-Linguística. Com profissões e expectativas diversas, todos os participantes procuravam o caminho para atingir os seus objectivos da forma o mais eficiente possível.
Por Sofia Simões de Almeida
Um formador que quer aprender a passar melhor as suas mensagens. Uma mãe que pretende deixar de ter sentimentos de culpa. Um estudante que quer disciplinar-se e estudar de forma mais concentrada. Estes são os objectivos de três das 15 pessoas que, numa sexta-feira à tarde, deixaram o trabalho para assistir ao curso de introdução à Programação Neuro-Linguística (PNL), da LIFE Training, com o nome “Em Busca da Magia”, dado por Pedro Vieira, palestrante, formador e autor.
«A Magia não existe», começa por explicar Pedro Vieira. Entre os participantes cai um silêncio expectante.
O formador quebra-o para explicar que a “magia” é o processo consciente que cada pessoa faz para atingir a sua «transformação pessoal, de mudança de comportamento e da expansão de resultados». Ou seja, a PNL é um meta-análise, criada nos anos 70, nos EUA, que pode ser aplicada a qualquer área da vida para atingir os objectivos.
Prova disso é o modelo de comunicação da PNL que defende que, se soubermos controlar as nossas representações internas, isto é, os pensamentos, e a nossa fisiologia, por exemplo escolhendo pôr um sorriso na cara mesmo estando triste, podemos escolher os nossos estados emocionais e, assim, aprender a geri-los. Ao saber fazê-lo, defende Pedro Vieira, ganha-se a «mestria da vida».
A este modelo juntam-se os princípios da excelência humana, como classificou o formador, e que passam por: definir objectivos (tudo deve ter uma intenção), ter uma acuidade sensorial acima da média (dar atenção ao que os nossos sentidos captam) e ter flexibilidade (ter abertura para seguir caminhos diferentes dos inicialmente propostos).
Uma vez entendidos estes pressupostos básicos, o desafio passa por saber aplicá-los na vida pessoal e profissional. «A qualidade dos meus resultados depende da qualidade da utilização destas três competências. E observo que o mesmo acontece com os milhares de pessoas com quem tenho trabalhado», assevera Pedro Vieira.
Estes pressupostos aplicam-se à vida empresarial, sobretudo no que diz respeito a momentos relacionais e de comunicação. «Para quem trabalha com pessoas, a PNL representa sobretudo um foco naquilo que as relações têm mais de importante: a comunicação», explica Pedro Vieira sobre a utilização da PNL nos Recursos Humanos.
Assim, o formador cita um estudo para explicar que esta conta com três vectores: a verbal (7%), a paraverbal (38%) que diz respeito à entoação e ritmo das palavras, e não verbal (55%) que se prende com a fisiologia.
Ou seja, ao ter a consciência que, quando comunicamos, a pessoa que recebe a mensagem está sobretudo atenta aos sinais não verbais, podemos optar por uma postura que promova, de forma mais efectiva, os resultados que se pretende obter.
Por outro lado, a PNL pretende promover uma maior concentração nos resultados. «A organização pode ajudar os seus colaboradores a fazerem mais, o que realmente faz a diferença positiva: mais motivação, mais confiança, mais concentração, melhor comunicação», defende Pedro Vieira. Este é um dos factores que já levou cerca de meia centena de organizações a procurar a Life Training, nos últimos três anos.
Num contexto de crise a PNL pode ser útil porque permite que, em vez do foco estar nos problemas e no “porquê”, se concentre antes nas soluções e no “como”. Ou seja, a prioridade deixa de estar na explicação e no entendimento de uma situação, para passar a concentrar-se no processo de resolução, no futuro e não no passado.
«Na PNL as coisas têm o significado que lhes damos, o que nos permite rapidamente passar a lidar melhor com as circunstâncias actuais e colocarmos o foco na criação das circunstâncias ideais», refere Pedro Vieira.
Uma questão que é levantada com frequência prende-se com o facto de a PNL não ter certificação científica e, portanto, não ser claro onde deve ser enquadrada. Pedro Vieira resolve a questão, respondendo com recurso a um dos fundadores da PNL, com quem estudou nos Estados Unidos: «Parafraseando John Grinder, direi que muito mais do que um cientista, que procura explicar a realidade, sinto-me um activista, que procura influenciar a realidade».
Foi esta também a necessidade dos participantes do curso “Em Busca da Magia”: influenciar as realidades, saber definir metas e atingir os seus objectivos. Ana Rita Pombeiro, estudante de Medicina, foi assistir ao curso por influência do irmão e, logo no início, confessava que não tinha especiais expectativas. Um mês depois, conta que acabou por usar o que aprendeu na época mais stressante para um estudante universitário.
«Este curso aconteceu no fim-de-semana antes da minha época de exames e depois de três orais sei que as primeiras palavras que proferi ao entrar na sala, as expressões faciais que utilizei pesaram significativamente na minha prestação durante a avaliação e nos meus resultados finais. É claro que é fundamental trabalhar e estudar, mas também é verdade que uma melhor comunicação e uma melhor atitude potenciam os nossos resultados», explica a estudante que pretende frequentar mais cursos deste tipo.
Já Paulo Gonçalves Silva, gestor desportivo e professor, inscreveu-se no curso por já ter lido sobre o assunto e estar disposto a saber mais. Os seus objectivos passavam por aprender a gerir melhor comportamentos e melhorar o rendimento profissional – não apenas o seu, mas também das suas equipas e alunos.
No balanço final, admite que a aprendizagem é um processo que não se esgota. «Tenho a noção que atingi parcialmente aquilo que pretendia. Quer a nível pessoal, consigo perceber com mais clareza os sinais que me são enviados pela minha família e amigos, quer a nível profissional, onde adopto mais facilmente posições estratégicas de forma a obter relações mais satisfatórias», explica o gestor desportivo.