A nova visão das organizações de TI na gestão de talento
Estas empresas deparam-se com dois tipos de desafios: a escassez de talentos disponíveis no mercado e uma prática de gestão pouco direccionada para a sua retenção.
Por Alexandre Rosa, CEO da Noesis
O mundo das Tecnologias de Informação (TI) vive tempos de enorme transformação. A mudança é parte integrante do mercado e todos temos de adaptar-nos da forma mais rápida. Surgem, paralelamente, as modificações nas áreas do recrutamento e da gestão de talentos, que requerem um maior consumo de tempo em estratégia e esforço por parte das organizações.
Em Portugal, verifica-se uma grande dinâmica no que diz respeito à captação de talento na situação actual do sector das TI, o que provoca crescentes desafios no recrutamento – uma tendência contrária à da generalidade dos sectores. Esta é uma área de “pleno emprego” no País, onde as organizações são cada vez mais exigentes nos perfis que recrutam, procurando sobretudo recursos humanos operacionais, com experiência, capazes de produzir de imediato.
Neste sentido, as organizações deparam-se com dois tipos de desafios: a escassez de talentos disponíveis para integrarem novos projectos e uma prática de gestão pouco direccionada para a retenção de talentos dentro das organizações de IT.
Relativamente ao primeiro ponto, as organizações de IT têm, cada vez mais, de se aliar a universidades tecnológicas, em parcerias que promovam o envolvimento na formação dos alunos. Este envolvimento deve ocorrer tanto nas competências técnicas como em experiências de aplicabilidade, seja através da participação activa em projectos da organização ao longo do seu curso ou através de investimento e desenvolvimento próximo de iniciativas criadas pelos estudantes. O principal objectivo deve ser formar talentos aptos a iniciar projectos e a impactar as organizações assim que concluam os seus estudos, e equilibrar o contraste de requisitos no momento do recrutamento.
Em relação à gestão e retenção de talentos, é essencial colmatar este desafio muito presente no mercado de IT. Actualmente, os candidatos interessam-se mais pelo projecto em que vão estar integrados, na posição e impacto que vão ter dentro da organização, na diversidade de oportunidades e ambientes que vão viver e, apesar de importante, mas não como principal prioridade, na flexibilidade para negociação salarial.
Neste contexto, as organizações devem criar estratégias cativantes de captação, gestão e retenção de talento, dado que todos os perfis de IT serão constantemente alvos de aliciamento por parte de outras empresas, nacionais ou internacionais. Tanto o novo talento como a organização, registam as suas iniciativas como personal branding ou employer branding, e, assim sendo, temos de valorizar a experiência do novo colaborador e permitir que este sinta que está a entregar um boost de energia a cada projecto em que está inserido, com a percepção de que faz parte de um todo.
Prevemos que os próximos anos sejam bastante dinâmicos no que diz respeito à captação de perfis de IT, ainda que com grandes desafios sob o ponto de vista de retenção estratégica dos talentos nas organizações e até da própria mudança dos processos de trabalho.
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