Criação de oportunidades nas actuais organizações

Mais de metade dos profissionais em todo o mundo – na mesma percentagem de homens e mulheres – afirmam estar insatisfeitos com o seu actual emprego.

No entanto, 70% dos colaboradores tem intenção de continuar nas organizações em que presentemente se encontra e apostar na criação de novas oportunidades. Estas são apenas algumas das conclusões do mais recente estudo global da Accenture, realizado com base em entrevistas a 3.400 profissionais de 29 países.

O estudo conclui ainda que pouco menos de metade dos profissionais (43% das mulheres e 42% dos homens) estão satisfeitos com o seu actual emprego mas quase três quartos (70% das mulheres e 69% dos homens) planeiam ficar nas organizações a que pertencem. Este estudo da Accenture revela ainda as principais razões para a insatisfação dos colaboradores. Em primeiro lugar, surge a baixa remuneração, referida por 43% das mulheres e 42% dos homens, seguido da falta de oportunidades de crescimento, por respectivamente 36% e 32% dos inquiridos. A ausência de oportunidades de progressão de carreira (com 33% e 34%) e o facto de se sentirem sem alternativas (com 29% e 32%) seguem-se nessa lista. Apesar deste valores, mais de metade dos inquiridos (59% das mulheres e 57% dos homens) afirmam que, este ano, num esforço para melhorarem as suas carreiras, pretendem apostar no desenvolvimento de conhecimentos e/ou competências. «Estamos a testemunhar uma dinâmica laboral inesperada» afirma Adrian Lajtha, Chief Leadership Officer da Accenture. «Os profissionais de hoje não estão à procura de novos empregos apesar de mostrarem alguma insatisfação. Pelo contrário, estão focados nas suas competências e procuram formação, recursos e pessoas que os possam ajudar a alcançar os seus objectivos. As organizações líderes devem suportar estes esforços ouvindo os seus colaboradores e proporcionando-lhes uma combinação de formação inovadora, desenvolvimento de capacidades de liderança e definição clara dos percursos de carreira» acrescenta.

Perspectivas de género

As conclusões do estudo da Accenture permitem ainda encontrar várias semelhanças nas respostas e expectativas de homens e mulheres. As mulheres, no geral, afirmam pedir menos aumentos (44% contra 48%) do que os homens e também menos promoções (28% contra 39%). Já menos de um terço dos inquiridos de ambos os géneros (32% das mulheres e 31% dos homens) afirmam ter um mentor ou conselheiro formal ou informal. Enquanto mais de metade dos inquiridos (55% das mulheres e 57% dos homens) estão satisfeitos com os níveis de carreira que alcançaram, um número superior de mulheres afirma que as suas carreiras não estão a progredir tão rapidamente como o pretendido (63% das mulheres e 55% dos homens). No entanto, tanto num caso como no outro, a principal razão pela qual a carreira não evolui tão rapidamente prende-se com a necessidade de manter um equilíbrio entre vida pessoal e profissional. Simultaneamente, menos mulheres afirmam procurar atingir uma posição de C-level ou equivalente (14% contra 22%), embora uma percentagem semelhante entre homens e mulheres (24% contra 26%) admitam pretender chegar a posições de senior management.

Quando questionados sobre os factores que ajudam as mulheres a progredir nas suas organizações, mais de dois terços das mulheres (68%) mas apenas cerca de metade dos homens (55%) cita o trabalho árduo e longos horários. Entre os principais factores que fazem os inquiridos pretender progressões na carreira, mulheres e homens citam melhores compensações (65% contra 67%); tarefas novas e mais desafiantes (44% contra 48%); condições de trabalho flexíveis (39% contra 34%) e ambição por posições de liderança nas suas empresas (22% contra 28%).

«As conclusões deste estudo devem ser vistas pelos executivos das organizações como uma oportunidade para reforçar o grau de compromisso dos seus colaboradores e ajudá-los a tornarem-se mais bem sucedidos» comenta Ana Cristina Silva, responsável da Accenture em Portugal pela área de Talent & Organization Performance. «Uma vez que os trabalhadores procuram reinventar oportunidades, as empresas podem ajudá-los criando uma cultura de mentoring / tutoria, desenvolvendo equipas diversas que trazem novas experiências, e oferecendo oportunidades de voluntariado que os tornem mais envolvidos e os ajude a expandir a sua network» conclui.

Diferenças geracionais

A pesquisa identificou também diferenças entre gerações, particularmente ao nível dos mentores de carreira. Apenas um quarto (25%) dos Baby Boomers (pessoas nascidas antes de 1964) trabalharam com um mentor, comparado com 32% da Geração X (nascidos entre 1965 e 1978) e 37% da Geração Y (nascidos depois de 1979).

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