Apenas 10% dos deficientes consegue emprego

Quase 3.700 pessoas com deficiência estavam abrangidas por medidas de apoio à empregabilidade no final de Outubro, segundo dados oficiais, que indicam que apenas 10 por cento dos que vão aos centros de emprego conseguem colocação.

Os dados do Ministério da Solidariedade e Segurança Social mostram que no final do mês de Outubro havia 3.614 pessoas com deficiência a usufruírem dos diversos programas de apoio à empregabilidade, estando 1.044 em programas de emprego e as outras 2.570 em programas de formação profissional.

Comparativamente com o mês de Setembro, estes números representam um aumento de 11,7%, estando na altura contabilizadas 3.235 pessoas, com 919 em programas de emprego e 2.032 a ter formação profissional.

Os números de Outubro representam também um aumento de cerca de 1% face a Dezembro de 2011, ano que terminou com 3.576 pessoas com deficiência inscritas nestas medidas.

Citado pela Lusa, o presidente da Associação Portuguesa de Deficientes (APD) considera que estes são números «manifestamente insuficientes», contrapondo que, com base nos dados do Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP), há, em média, 600 a 700 pedidos de emprego por mês e, destes, apenas 10% obtém colocação.

«Há 90% daqueles que vão aos centros de emprego que não conseguem encontrar solução e, portanto, em relação àquele valor [do Ministério da Solidariedade e Segurança Social] estamos a falar de um valor baixíssimo, quase que residual, não obstante a boa intenção que possa estar por detrás das medidas que ali estão», considerou Humberto Santos.

Os dados do IEFP mostram que em Agosto havia seis pessoas com deficiência colocadas em primeiro emprego, 49 desempregados colocados em novo emprego, cinco pessoas empregadas e uma empregada a tempo parcial.

Por outro lado, havia registo de 11.503 pedidos de emprego feitos até ao fim daquele mês e outros 707 feitos só em Agosto, o que significa que as 61 pessoas colocadas representam 8,6% dos pedidos de Agosto.

No dia em que foi ouvido na Comissão da Segurança Social e Trabalho, conjunta com a Comissão do Orçamento e Finanças, em Outubro, o secretário de Estado da Solidariedade e Segurança Social anunciou que tinha sido celebrado um acordo com a rede social solidária com vista a dar prioridade à empregabilidade das pessoas com deficiência.

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