Aproveitar o desemprego para mudar de carreira
«A um trabalhador que amanhã pode ser confrontado com uma situação de desemprego, digo que o dinheiro não compra um emprego. Tente negociar um pára-quedas: o outplacement», afirma Yves Turquin, managing director da Transitar, na apresentação do “Balanço 2011 e Perspectivas 2012”.
O outplacement é uma ferramenta de apoio à transição de carreira dos colaboradores que são dispensados de uma organização, apoiando-os a reorientar a sua carreira profissional.
Em 2011, face ao ano anterior, houve um aumento do número de pessoas acompanhadas pela Transitar que, depois de despedidas, optaram por criar um negócio próprio: 21,43%, quando no ano anterior tinha sido de 10,26%. «Nós sugerimos [este caminho] a quem tem determinadas características como capacidade de resistência ao stress ou capacidade de inovação», explica Yves Turquin. Sendo que as três áreas de criação de negócio próprio que se destacam são: Alimentar (33%), Consultoria e Saúde (ambas com 17%).
Para o managing director da Transitar, o despedimento pode ser apenas um passo para uma mudança de vida. «Há muitas pessoas que vêm ter connosco a dizer “Ainda bem que mudei de vida”», revela. E acrescenta as características da população que se apresentam como uma vantagem para uma transição de carreira: «s portugueses estão muitos mais abertos à mudança porque têm uma fabulosa capacidade de adaptação, são pouco conflituosos e trabalhadores».
Em média, um trabalhador, desde que perde o seu trabalho até encontrar outro, tem de fazer 300 contactos, entre entrevistas, momentos de networking, e-mails, etc. No entanto, Yves Turquin deixa um conselho: «Se passa o dia a enviar CV, pare imediatamente. Quebre a rotina e não procure repetir o fracasso. Analise o seu percurso, aposte nas áreas em que é melhor, peça ajuda e, em vez de enviar um CV por e-mail, faça uma visita à empresa».
O Balanço de 2011 da Transitar:
– Acompanhamento de cerca de 200 pessoas
– Taxa de sucesso: 84% para pessoas com menos de 45 anos, e, com mais de 45, foi de 69%
– Tempo médio de recolocação 5,9 meses (quando o IEFP apresenta 14,8 meses)