As grandes tendências do mercado laboral português para 2017

Saiba o que está a transformar a economia e a obrigar o mercado a reinventar-se, segundo os especialistas da Michael Page, empresa líder em recrutamento de quadros médios e superiores.

 

«O mercado laboral português tem demonstrado grandes e interessantes desenvolvimentos nos últimos anos, especialmente impulsionados pela alteração do mindset dos profissionais da era Millennial, que está a transformar a economia e a obrigar o mercado a reinventar-se», relembra Álvaro Fernández, director-geral da Michael Page Portugal, para quem os millennials são «consumidores mais racionais que a geração anterior, que valorizam a experiência acima da compra.»

Segundo Álvaro Fernández, «também no mundo laboral, esta geração pressiona as empresas a adaptarem-se para manterem os seus colaboradores motivados e reterem o seu talento. Altamente qualificados e cada vez mais especializados, estes profissionais desempenham um importante papel na  evolução do mercado nacional, contribuindo para a consolidação de Portugal como destino de preferência para Centros de Serviços Partilhados e a sua transformação em Pólo Tecnológico.»

Do lado das empresas, o mindset acompanha a evolução. Cada vez mais, as organizações valorizam, além das competências técnicas, a componente de soft skills e motivação dos candidatos. Dinamismo, autonomia, motivação, bons skills de comunicação e proactividade são variáveis que se revelam cada vez mais significativas para quem contrata.

Com a crescente internacionalização das empresas, globalização do mercado e proliferação dos Centros de Serviços Partilhados surgem novos idiomas como requisito. Além do tradicional Inglês e Francês, destacam-se o Castelhano, o Alemão, o Holandês e o Mandarim.

 

Tendências do mercado laboral para 2017

  • Consolidação de Portugal como destino de preferência para a criação de Centros de Serviços Partilhados, com especial interesse para as áreas de serviços financeiros, serviços tecnológicos e de apoio ao cliente.
  • O posicionamento de Portugal como Pólo Tecnológico é reforçado pela mobilização de equipas de desenvolvimento para Portugal, pela internalização de multinacionais em crescimento que procuram outsourcing e pela necessidade de novas competências em áreas como Virtualização, Inteligência Artificial, Cloud e Cibersegurança.

«No entanto, pela qualidade do ensino nacional, pela capacidade técnica dos nossos profissionais e pelo seu desejo de condições financeiras mais aliciantes, será passível de continuar a assistir-se à emigração para países europeus como Inglaterra e Irlanda, entre outros», prevê António Costa, manager da Michael Page Information Technology.

  • Crescimento do Turismo e de Portugal como um dos destinos turísticos mais procurados, em parte impulsionado pela instabilidade vivida no norte de África e Oriente Médio. No entanto, espera-se uma assimetria, com o crescimento exponencial na região Porto e crescimento estável a sul.
  • A Indústria assistirá a um maior investimento nas áreas automóvel, alimentar, moldes e plásticos e metalomecânica, onde já regista forte crescimento e investimento. Mais especificamente, esperam-se projectos de relevo na indústria automóvel e aeronáutica para 2017.

«Portugal está a conseguir consolidar a sua posição como uma economia em que é seguro e rentável investir, mantendo-se atrativo para investimento mesmo comparativamente a economias de leste. Oferece profissionais qualificados, resultado da boa formação escolar a nível intermédio e superior e vasta experiência técnica adquirida na indústria especializada que existe em Portugal, que é visto como um país com excelente relação qualidade/custo dentro do mercado europeu,” esclarece Pedro Mira Martins, Manager da Michael Page Engineering & Property.

  • O Sector Financeiro prevê-se dinâmico, com várias mudanças a caminho:

depois da aposta na captação de recursos (banca privada), tudo aponta para que a gestão de créditos (compra e venda de carteiras de crédito) seja a área de aposta do setor;

no seguimento do aumento da concessão de crédito, é previsível o reforço de algumas posições de negócio com o objetivo de dinamizar equipas comerciais e encontrar novos canais de distribuição;

a aplicação de novas tecnologias e a sua influência na evolução da relação do setor com o mercado, nomeadamente a concessão de crédito através de plataforma Web.

«O sector financeiro é especialmente interessante, não só por ser um sector dinâmico e sofisticado mas também, devido à sua representatividade na população activa portuguesa. O sector emprega aproximadamente 110 mil pessoas e, indirectamente 500 mil, através de banca, seguros e serviços financeiros», relembra Lourenço Cumbre, manager da Michael Page Financial Services.

  • No Sector Segurador os reguladores continuarão exigentes, sugerindo o reforço de quadros técnicos especializados (actuariado e pricing), impulsionado pelas exigências do Solvência II.

«Tradicionalmente os seguros não recrutavam fora do sector. Neste momento, com o objectivo de responder às necessidades do mercado, abrem-se portas a know-how fora do sector. A digitalização e automatização bem como a questão da privacidade de dados são, por exemplo, três áreas de aposta», refere Inês Paes de Vasconcellos, responsável da Michael Page Insurance.

 

No Porto:

«De modo geral, o mercado da zona norte recupera de forma bastante significativa, com regiões com uma taxa de desemprego abaixo dos 4%», salienta Carlos Andrade, senior manager da Michael Page Porto.

Para 2017, a construção de quatro barragens na zona norte, com investimento superior a 1.600M€, faz antever a recuperação do sector da Construção. O Turismo e o Lazer continuarão em grande expansão a norte e prevê-se ainda o investimento estrangeiro em novas empresas do sector industrial.

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