Banco Português de Fomento prepara linha de crédito de 6.000 milhões de euros para novos investimentos

O administrador executivo do Banco Português de Fomento (BPF) disse que está a fechar uma linha de crédito de seis mil milhões de euros para financiar o investimento de empresas portuguesas, com juros “muito acessíveis”.

«Estamos a fechar uma linha de crédito de seis mil milhões de euros, com garantia até 70%, e com um custo de financiamento entre 0,15% a 0,7%, são custos muito acessíveis, e o objectivo é fazermos de Portugal o cliente número um no Banco Europeu de Investimento, e isso faz-se dando espaço para as empresas usarem os instrumentos», disse Gonçalo Regalado.

Intervindo na mesa redonda sobre Ambiente de Negócios e Incentivos ao Investimento Privado, no âmbito do Fórum Económico Portugal Cabo Verde, que decorreu em Lisboa, o responsável do BPF salientou a importância da relação com África e as vantagens que as empresas portuguesas têm no relacionamento com esta entidade.

«Já houve 450 mil milhões de euros de negócios feitos com garantia do BPF, e temos 1.300 milhões de euros em fundos de investimento, sob gestão directa de instrumentos de capital para as empresas poderem investir em Portugal e noutras geografias, e a Comunidade de Países de Língua Portuguesa [CPLP] é uma das geografias de maior conforto para as empresas portuguesas», acrescentou Gonçalo Regalado, vincando que «nunca houve problema nenhum» nestas operações.

O Fórum que decorre esta manhã em Lisboa, e que será oficialmente encerrado à tarde pelos primeiros-ministros de Portugal e Cabo Verde, foi usado pelos oradores para salientar as vantagens de Cabo Verde como destino de investimento, desde o ambiente de negócios favorável às empresas nacionais, até à legislação convidativa, com condições fiscais atractivas, passando pela óbvia vantagem da língua comum.

Durante a intervenção, o líder do BPF destacou a linha de financiamento de 100 milhões de euros especificamente para Cabo Verde, apontando a relação com os bancos multilaterais de investimento como «a grande oportunidade, o grande diamante» para as empresas, dentro das áreas tradicionais de investimento no arquipélago lusófono.

«O interesse no investimento hoteleiro é o que mais vemos no mercado», destacou o CEO do Banco Interatlântico, do grupo Caixa Geral de Depósitos, Pedro Soares, apontando que não são apenas novos hotéis, mas também a reestruturação de projectos actuais, novos projectos e ampliação dos projectos actuais.

«Vemos uma entrada muito mais acelerada de grandes cadeias internacionais, infelizmente nenhuma portuguesa, mas muitas espanholas e italianas, e uma outra de capitais turcos e holandeses», disse Pedro Soares, desafiando os empresários a olharem para lá da construção de novos hotéis.

«As empresas precisam de apoio logístico para o seu funcionamento, que passa também pelo suporte financeiro, mas por ter um parceiro previsível, e o outro aspecto que é uma fortíssima oportunidade de investimento é a área da prestação de serviços», apontou o banqueiro, exemplificando com o serviço de lavandaria industrial e de outras áreas de prestação de serviços à indústria do turismo.

O fórum insere-se na VII Cimeira entre os dois países, que tem como principal objectivo reforçar a «relação bilateral de excelência», anunciaram.

Para além da linha de crédito de 100 milhões de euros e da triplicação do programa de conversão de dívida pública em investimento verde, através do Fundo Climático e Ambiental de Cabo Verde, haverá também lugar a vários acordos nas áreas da saúde e da formação profissional, entre outras, dando continuidade à cooperação entre os dois países, vertida no Programa Estratégico de Cooperação (PEC) 2022-2026.

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