Bruxelas fixa quota de 40% de mulheres nas cotadas em 2020

A proposta de Viviane Reding ainda tem de passar pelo Parlamento e Conselho.

Vivianne Reding, anunciou a adopção da sua proposta de directiva que torna obrigatória uma quota de 40% de mulheres nos conselhos de administração das empresas cotadas em 2020.

“Um dia histórico para as mulheres”. Foi assim que a vice-presidente da Comissão, Vivianne Reding, anunciou a adopção da sua proposta de directiva que torna obrigatória uma quota de 40% de mulheres nos conselhos de administração das empresas cotadas em 2020.

A iniciativa teve de ser melhorada durante algumas semanas, depois da oposição de alguns membros liberais do colégio liderado por Durão Barroso, e enfrenta agora um caminho sinuoso até chegar a lei. Falta ainda passar pelo crivo do Parlamento Europeu e do Conselho Europeu, onde se espera um grande confronto com países marcadamente mais liberais como o Reino Unido e a Holanda. Estes fazem parte de um grupo de nove países que garante preferir a auto-regulação. As mulheres apenas representam 14% dos conselhos das empresas.

Só os cargos de administradores não-executivos são visados pela proposta comunitária. Bruxelas avalia em 5.000 o universo de cotadas europeias atingidas pela directiva – cerca de 45 em Portugal, segundo contas do Diário Económico. Se na União Europeia, as mulheres preenchem em média 15%dos cargos de administradores não-executivos, nas empresas portuguesas a percentagem desce para 5%, de acordo com Bruxelas. Portugal fica ao lado da Hungria e só à frente do Chipre e Malta entre os 27 Estados-membros.