Cai aposta portuguesa na inovação
Segundo dados revelados na 7.ª edição do Barómetro do Financiamento da Inovação, da Alma Consulting Group, apenas 35% das empresas inquiridas em Portugal tencionam realizar novas contratações na área da Inovação e Desenvolvimento (I&D) no próximo ano. No entanto, 51% das empresas nacionais indicaram um aumento dos efectivos em I&D entre 2008 e 2010.
Este estudo avança ainda que se regista uma mudança estratégica das empresas no que diz respeito à Inovação. Se antes esta era a prioridade para o crescimento da organização, este ano é a qualidade dos produtos e serviços e o desenvolvimento internacional que surgem como factores mais importantes.
A menor importância que as empresas concedem à Inovação segue a linha oposta à orientação do Governo, atendendo à proposta de Orçamento de Estado para 2012. O documento, marcado pelo agravamento de impostos e redução de benefícios fiscais, mantém um dos principais incentivos à Inovação, o SIFIDE, indicando que a I&D empresarial é uma aposta essencial à retoma económica.
“Esta atitude denota que as empresas, devido ao contexto económico actual, estão sobretudo centradas em resultados e, paradoxalmente, não valorizam tanto a Inovação que é o meio que lhes permitirá alcançar a qualidade e internacionalizarem-se”, refere Nuno Nazaré, director da Alma Consulting Group. Acresce ainda que, a maioria das empresas continua optimista quanto a futuros projectos de Inovação, mas em menor grau do que no ano passado (descida de 84% para 68%).
No geral, os resultados europeus mostram que 74% das empresas continuam optimistas quanto ao futuro na área da Inovação, tendo 87% mantido o investimento em I&D nos últimos 3 anos. Relativamente à contratação para actividades de I&D durante o próximo ano, 46% das empresas europeias estudadas pretendem fazê-lo, destacando-se neste âmbito a Alemanha (76%) e a França (60%). Portugal é, de acordo com os dados referidos anteriormente, um dos países com piores resultados neste indicador.
O estudo abrange 2.041 empresas de nove países europeus (França, Bélgica, República Checa, Alemanha, Hungria, Polónia, Espanha, Reino Unido e Portugal). Em Portugal, no total, participaram 229 empresas, sendo que 16% são micro empresas, 68% são PME e 16% são grandes empresas. Os inquéritos foram realizados ao longo do mês de Julho.