CEO global de grupo de Recursos Humanos identifica quatro tendências do futuro do trabalho
Alain Dehaze, CEO global do Grupo Adecco, considera que existem quatro factores que serão imprescindíveis no desenvolvimento sustentável e próspero do trabalho no futuro, que é um legado directo da crise gerada pela COVID-19 em todo o mundo.
De uma forma genérica, o responsável resume que os profissionais que mais sucesso terão no futuro serão os dotados de STEMpathy (Science, Technology, Engineering, Math + Empathy), ou seja os que reúnem competências em áreas científicas, tecnológicas, de engenharia ou matemática, mas capazes de aplicar os seus conceitos técnicos com muita empatia e capacidade de comunicação. O conceito de STEMpathy é transversal às quatro tendências mencionadas por Alain Dehaze para o futuro do trabalho.
Aqui ficam as quatro tendências da nova realidade laboral:
1. Flexibilidade
Um dos pilares do trabalho num mundo pós-pandemia será a flexibilidade na localização, concretamente quando se avalia a relevância do teletrabalho no último ano e meio. O tempo deverá ser dividido para que a produtividade dos trabalhadores seja superior, a flexibilidade garante o progresso da aprendizagem e o desenvolvimento do processo de criatividade.
2. Fim do horário 9h-18h
Com esta observação conclui-se que o passo a seguir será quebrar os padrões típicos do horário laboral das 9h às 18h, permitindo que o trabalhador explore os seus limites, mas também consiga desenvolver capacidades. As idas ao escritório podem ser mais produtivas se apenas acontecerem com algum propósito, como trabalhar em equipa num projecto em concreto.
Ter as ideias já niveladas e apenas colocá-las em prática, enquanto no panorama típico há muita gente que despende mais tempo na deslocação até aos escritórios do que consegue produzir ao longo do seu dia de trabalho efectivo. Assim, todo o processo criativo e de elaboração pré-projecto final pode ser efectuado em qualquer lado, permitindo que as pessoas evitem as questões de mobilidade e de deslocação, podendo concentrar-se apenas nas funções.
3. Liderança focada na competência técnica e emocional
É natural que nem todas as funções permitam o trabalho remoto ou sequer a ausência do local, sendo que há áreas em concreto que dependem a 100% da presença dos colaboradores. Porém, cabe às empresas igualmente investir em líderes tecnicamente e emocionalmente fortes, dada a dura realidade dos confinamentos, onde cerca de um terço das pessoas sofreram de algum impacto mental devido ao isolamento e adaptação brusca à nova metodologia de trabalho.
4. Incremento da digitalização
Para além das ferramentas emocionais, será indispensável acompanhar o incremento da digitalização, que tem demonstrado o seu impacto rapidamente a nível mundial nas últimas décadas. Para além, das áreas da saúde ou investigação dado o presente panorama originado pela COVID-19, é importante continuar a desenvolver capacidades no meio digital.
Alain Dehaze referiu que em 2030 cerca de 80% dos postos de trabalho ainda não foram inventados aos dias de hoje, portanto a requalificação dos trabalhadores é essencial. As ferramentas de qualificação precisam de ser adquiridas e procuradas pelos colaboradores contudo os empregadores devem permitir que esse crescimento aconteça. A sincronização dentro do mercado de trabalho é essencial, as empresas alimentam-se de pessoas apaixonadas pelo que fazem e essas pessoas mantêm-se apaixonadas se as empresas cuidarem delas.