Como muscular a resiliência?

Quando os desafios que enfrentamos se agigantam, se acumulam, se intensificam e perduram no tempo, é o músculo da resiliência que nos pode elevar a novas “alturas” e maneiras de ser e estar. E é precisamente aí que o coaching pode ajudar.

 

A dificuldade em pedir ajuda, em falar do que nos incomoda, em desabafar, em encontrar espaços seguros para partilhar, em reflectir e saber onde encontrar quem nos apoie na construção de recursos e maneiras saudáveis de pensar e agir, sempre nos acompanhou. Mas nunca como nestes tempos que vivemos – os da pandemia –, vimos tanta gente isolada e desvitalizada, ainda com mais dificuldade em pedir ajudar e a precisar urgentemente de conversar com alguém.

Estamos, muitos de nós, rodeados de pessoas bem-intencionadas, que nos querem bem, mas cuja linguagem e discurso pouco ajudam realmente a alavancar aquilo que temos de bom e a avançar em direcção a um rumo claro e inspirador. É aqui que o Coaching faz ainda mais sentido. E, se de há uns anos para cá, tem vindo a conquistar o seu lugar nas organizações (e vidas das pessoas), nós, que o trabalhamos e vemos o seu potencial, capacidade e utilidade, percebemos que pode ser instrumental para a sociedade no contexto actual. E porquê? Para que te quero, coaching?

Em primeiro lugar, o coaching cumpre a função de “lugar seguro”, não só pelo espaço de confidencialidade com que o coach se compromete, mas por permitir criar o momento de explorar potencial, forças e aspectos a desenvolver, em ambiente protegido. A confiança na capacidade do coachee em transformar o seu potencial na sua realidade desejada é, em si mesma, regeneradora.

O coachee descobre, nas conversas de coaching (que são conversas assentes em técnica comprovada), o seu sentido de fazer acontecer e auto-eficácia. Ou seja, a sua capacidade de agir, e, com as suas acções, guiar a sua vida rumo aos seus objectivos e, assim, construir um futuro melhor. Iluminando as várias possibilidades de acção para concretização das diferentes metas estabelecidas, o coaching é a construção da esperança, uma das componentes da resiliência.

O processo de coaching é cimentado em emoçōes positivas, que ampliam o repertório de pensamento e acção e que fornecem a energia para enfrentar obstáculos e adversidades. Neste momento sobremaneira importante, pois mais do que nunca há a necessidade de repôr os níveis de energia para assegurar que temos combustível suficiente para esta “maratona” que enfrentamos. E ninguém continua a correr se não acreditar que pode chegar à meta.

Além da esperança, o coaching desenvolve o optimismo. Que nada tem a ver com a negação da realidade, mas sim com a perspectiva das possibilidades, do progresso, da evolução, da melhoria. É a expectativa positiva de um amanhã; um amanhã que pode não ser imediato, mas que é absolutamente viável. E, assim, há espaço para a aceitação da frustração, do desânimo, da impaciência, sempre com a moldura desta expectativa de dias melhores.

 

Então, afinal, coaching para que te quero?
Para desenvolver a minha esperança, a minha confiança e a minha capacidade de decidir e agir sobre aquilo que me é mais importante;

Para muscular a minha resiliência pessoal e profissional (a minha capacidade de lidar com problemas, superar obstáculos e resistir à pressão de situações adversas, transformando sofrimento em competência ou competitividade);

Para ver mais do que um caminho, porque quero manter a crença que, por mais que o momento presente seja desafiante – e até mesmo difícil –, o amanhã com que eu sonho é moldado pelos pequenos grandes passos que constituem os meus dias.

Porque preciso da claridade e consistência de ter um plano, de contar com um processo a que posso voltar sempre que descarrilar.

Porque quero mesmo acordar naquele amanhã que sonhei e dizer: não foi fácil, mas dei a volta e cheguei!

 

Este artigo faz parte do Especial “Coaching”, publicado na edição de Fevereiro (n.º 122) da Human Resources, nas bancas.

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