Consequências da crise para os jovens

Altos níveis de desemprego. Inactividade crescente. Trabalho precário nos países desenvolvidos. Aumento dos trabalhadores pobres nos países em desenvolvimento. Este é o retrato da geração de jovens que está a dar os primeiros passos no mercado de trabalho, segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT).

Na publicação “Global Employment Trends for Youth”, a OIT avisa que o actual contexto económico traz “não apenas o mal-estar do desemprego, subemprego e riscos sociais associados a falta de trabalho e inactividade prolongada, mas também consequências a longo prazo como salários baixos no futuro e desconfiança no sistema político e económico”.

A OIT avisa ainda que os números do desemprego entre os jovens não espelham a realidade, uma vez que muitos dos jovens não entram nas estatísticas oficiais porque optam por ficar em casa à espera que a situação melhore ou optam por regressar à faculdade para aumentar o nível de formação enquanto não encontram oportunidades no mercado de trabalho. A Irlanda é exemplo disso, onde a taxa de desemprego jovem cifrava 9% em 2007 e subiu para 27,5% em 2010, segundo os dados oficiais que, ainda assim, defende a OIT, não revelam a totalidade do problema.

Entre 2008 e 2009, o desemprego jovem cresceu em 4,5 milhões de pessoas pelo mundo – um crescimento sem precedentes. Antes da crise, entre 1997 e 2007, este número era menos de 100 mil por ano.

Segundo o documento da OIT, os movimentos de contestação, um pouco por todo o mundo, têm na sua base o sentimento de frustração dos jovens por encontrarem apenas trabalhos temporários.