Desemprego em análise: está a crescer há 11 meses (e Maio regista o maior crescimento homólogo desde Abril de 2021). Leia a explicação

A Randstad publicou a sua análise aos dados estatísticos do Instituto Nacional de Estatística (INE), do Serviço Público do Emprego Nacional (IEFP) e da Segurança Social, relativos ao mês de Maio de 2024. Segundo os dados do INE, no mês de Maio registou-se uma estabilidade no número de empregados (-300 pessoas, ou seja, -0,0%) relativamente ao mês de Abril.

 

Desta forma, o número de pessoas empregadas foi de 5.016.600 pessoas. A população activa registou um aumento de 8100 pessoas, isto é, +0,2%, resultado do acréscimo da população desempregada ter sido superior à queda da população empregada. A taxa de desemprego também aumentou em 0,1p.p. face ao mês de Abril e situou-se em 6,5%.

A análise por género revela que em Maio, 8500 homens passaram a estar em situação de desemprego, o que equivale a +5,5%. Relativamente às mulheres, registou-se uma ligeira diminuição de 100 mulheres nesta situação (-0,1%).

Em termos de faixa etária, os dados mostram que no grupo dos adultos (25 a 74 anos) verificou-se um aumento do desemprego, com mais 5500 pessoas nesta condição (+2,1%) e no grupo dos jovens (16 a 24 anos) com mais 2900 pessoas desempregadas (+3,6%).

A análise homóloga mostra que existiu um aumento de 64.500 profissionais (+1,3%) face a Maio de 2023 e que a população activa cresceu em 77.700 pessoas. Os dados relativos ao período homólogo revelam que o desemprego aumentou nos grupos populacionais de mulheres (+9.200 pessoas), homens (+4.000 pessoas), jovens (+11.900 pessoas) e adultos (+1.400 pessoas).

Por outro lado, segundo os dados do IEFP, em Maio de 2024, o desemprego registado continuou a sua trajectória ascendente, marcando o 11º mês consecutivo de aumento homólogo (+24.408 desempregados). Este aumento homólogo foi o maior desde Abril de 2021 e pode ser atribuído a uma combinação de factores, incluindo incertezas económicas e mudanças estruturais no mercado de trabalho.

Houve uma diminuição mensal nos pedidos de emprego (-2,1%) e no número de desempregados registados (-2,5%) comparativamente com o mês de Abril. A queda mensal do desemprego foi mais acentuada no Algarve (-19,1%) e no Norte (-2,0%).

A análise da Randstad destaca que, embora tenham sido verificadas quedas mensais no desemprego registado, os aumentos homólogos são cada vez mais acelerados. Esta contradição pode ser explicada por factores sazonais e estruturais, indicando desafios contínuos no mercado de trabalho português.

«Os dados de Maio demonstram uma tendência que não pode ser ignorada e que diz respeito ao aumento homólogo do desemprego registado pelo 11º mês consecutivo. Os aumentos homólogos do desemprego indicam que, ao longo do ano, o mercado de trabalho não está a absorver novos desempregados de forma eficaz e esta situação reflecte uma desconexão entre a oferta e a procura de trabalho. Este padrão pode trazer desafios nomeadamente no que diz respeito à reintegração destes profissionais no mercado de trabalho, e na aposta cada vez mais maior que é preciso fazer em programas de upskilling e reskilling», comenta Isabel Roseiro, diretora de marketing da Randstad Portugal.

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