Dia Internacional dos Recursos Humanos. Qual o principal desafio e que futuro para a Gestão de Pessoas? A Randstad responde
Por ocasião do Dia Internacional dos Recursos Humanos, que se assinalou a 20 de Maio, a Human Resources perguntou a 11 empresas especialistas qual o principal desafio para os gestores de pessoas e como perspectivam o futuro. Temos vindo a apresentá-los ao longo desta semana.
Mariana Canto e Castro, directora de RH da Randstad Portugal, partilha a sua análise.
Num mundo em transformação sucessiva de ritmo acelerado, com mudanças disruptivas diárias sejam de carácter geopolítico, económico, social ou climático; num mundo onde a Organização Mundial de Saúde estima que até 2030, 500 milhões de pessoas em todo o mundo venham a ser diagnosticadas com doença mental, entre as quais mais de 50% serão jovens até aos 20 anos; num mundo em que os conflitos armados geram um clima de receio e instabilidade, em que as redes sociais promovem o ódio e o antagonismo e em que cerca de 8% dos agregados familiares no mundo, são famílias monoparentais, das quais 84% são formadas por mães; num mundo de mais de 8 biliões de pessoas, em que a população tem uma longevidade maior do que nunca, mas luta contra doenças cada vez mais dizimadoras; num mundo em que a mão de obra é escassa, mas milhares de pessoas vivem abaixo do limiar da pobreza ou mesmo na miséria, porque não têm um emprego; num mundo em que é necessário, nos países ditos “civilizados”, estabelecer quotas para garantir conceitos tão básicos como igualdade de género, paridade salarial, empregabilidade de pessoas neurodiversas … num mundo como este, onde se vive, actualmente, um turning point de “live or die” e em que o destino da humanidade está em definição e construção diárias, é num mundo destes que as pessoas continuam a ser o centro, o núcleo duro em redor do qual tudo gira.
São elas que todos os dias constroem ou destroem um degrau mais no caminho para a paz ou na estrada para a auto-destruição e são elas, nós, as pessoas que são a espécie mais inteligente (alegadamente), a que mais evoluiu, a que domina e controla o planeta. Como podem ser as pessoas outra coisa que não o centro de tudo?
São-no à escala mundial, na sociedade, nas empresas, nas famílias. Mas as pessoas são hoje um reflexo da sociedade em que vivem, a qual é intensa, instável, complexa, ambivalente, inconstante e inconsistente. E somos também um pouco isso tudo, sendo que somos também as gerações com mais informação e instrução, com maior esperança de vida, com mais soluções desenvolvidas de medicina, com melhores condições de trabalho. Somos, em simultâneo os que têm tudo ou nada, precisam daquilo que não sabem sequer que existe, ou, ao invés, do mais básico para sobreviver, mas que acima de tudo, somos diariamente postos à prova ao nível emocional.
A complexidade de gerir, em ambiente de trabalho quem assim se encontra, quem assim vive e quem assim é, representa, hoje, o maior desafio da Gestão de Pessoas. Este é o grande desafio para os respectivos gestores: encontrar o seu próprio equilíbrio para apoiar um desempenho harmonioso, positivo, eficiente, colaborativo e autêntico das equipas que serão tão mais fortes quanto melhor cada um dos seus elementos se encontrar, internamente, consigo mesmo; equipas que serão tão mais eficientes e produtivas, quanto mais diversas e inclusivas forem; equipas que se irão superar em resultados, objectivos e desenvolvimento pessoal, quanto mais bem preparados os seus líderes forem; e finalmente, equipas que não deixam ninguém para trás e que em conjunto encontram o seu propósito pessoal e profissional quando forem tratadas com autenticidade, transparência e responsabilidade.
Será este o futuro da Gestão de Pessoas? Eventualmente… mas como todos sabemos o futuro começa agora!