Diana Cruz, KLx: «Na indústria tecnológica, as relações humanas são fundamentais para o sucesso dos colaboradores e da empresa»

A KLx, o campus tecnológico do grupo Crédit Agricole, resolveu juntar os colaboradores em torno de temas tecnológicos, para alinhar as expectativas de carreira dos profissionais com os objectivos estratégicos da organização. E a Comunidade K-Tech tem ajudado a motivar e a envolver as pessoas na organização, garante Diana Cruz, Project Lead da Comunidade K-Tech na KLx.

Por Tânia Reis

 

As cinco Comunidades K-Tech activas actualmente promovem a partilha de conhecimento e expertise entre todas as equipas, fomentando a união e a inovação, e materializam-se em iniciativas como K-Talks e K-Flirts. Os valores são os mesmos que guiam a missão da KLx: excelência, diversidade, espírito de equipa e solution seeking e nenhum departamento ou colaborador é deixado para trás.

O que é a comunidade K-Tech? E por que surgiu?

A KLx lançou esta iniciativa no ano passado com o objectivo de juntar os seus colaboradores para debaterem temas relacionados com tecnologia. Enquanto campus tecnológico do grupo Crédit Agricole, o dia-a-dia destes profissionais é preenchido com a adopção e utilização de várias ferramentas e metodologias. Assim, procuramos promover a partilha de conhecimento e expertise entre equipas, que normalmente trabalham em projectos diferentes, estimulando não só o desenvolvimento de novas competências como o espírito de equipa.

Devido à rápida transformação e evolução da indústria tecnológica, acreditamos que as relações humanas dentro das empresas são fundamentais para o sucesso dos seus colaboradores e, consequentemente, da empresa em si. Assim, juntámos a ambição de aprendizagem contínua, que também é inerente a esta indústria, com a união e disseminação de um propósito comum. Afinal, é no trabalho que passamos a maior parte dos nossos dias, e a KLx tem, desde o primeiro dia, procurado aliar o melhor serviço com o melhor ambiente de trabalho.

 

Quais são as competências abrangidas? Como foram definidas?

O principal foco desta comunidade é a partilha de conhecimento técnico. Neste momento, contamos com sete grupos dedicados – “mini comunidades” – e outros transversais: Cloud, NTIC, DevOps, Testing, Inteligência Artificial, Mainframe, Agile, Cibersegurança, etc.. Para esta identificação, partimos das necessidades dos nossos parceiros e conjugámos com a evolução do mercado. Felizmente, os nossos colaboradores são bastante proactivos dando frequentemente sugestões de modernização, o que também nos ajuda a desenvolver a visão que temos para esta e outras iniciativas.

As diferentes actividades que organizamos visam melhorar e manter os padrões de excelência e qualidade do trabalho que desenvolvemos em conjunto com os nossos parceiros, mantendo-nos a par das tendências tecnológicas e das metodologias de trabalho mais eficientes. Todos os temas que abordamos semanalmente incentivam as nossas pessoas a debaterem questões reais, que estão na ordem do dia na indústria.

 

Como funcionam? Estão disponíveis para todos os colaboradores da KLx?

A comunidade K-Tech está disponível para todas as pessoas que trabalham na KLx, independentemente do seu nível hierárquico ou função. O objectivo é que todos os profissionais tenham a oportunidade de se desenvolverem e que se crie esta sinergia organizacional que permite a partilha de know-how entre equipas que trabalham em diferentes projectos. É nesta complementaridade e envolvimento que acreditamos estar o verdadeiro valor destas comunidades.

Em termos de funcionamento, a K-Tech acaba por se materializar através de vários eventos, como as K-Talks e os K-Flirt, que são organizados por uma equipa central dedicada a tal. Qualquer colaborador pode participar activamente na execução ou promoção de um evento em que tenha especial interesse. No dia-a-dia de trabalho, têm ainda um canal activo no Teams, onde frequentemente discutem ideias, trocam perspectivas e organizam iniciativas e quizzes.

 

Desde quando estão “activas” e que resultados alcançaram até agora?

A K-Tech foi lançada oficialmente em Janeiro do ano passado com os temas de Agile e DevOps. Desde aí, tem estado em constante adaptação. Sendo uma aposta recente da KLx, temos procurado ajustar quer a organização quer os temas de interesse, para que se torne cada vez mais produtiva e eficiente, acrescentando o maior valor possível, tanto para as nossas pessoas, como para os nossos parceiros.

Neste momento, contamos com 20 colaboradores dedicados à promoção das comunidades e o nosso maior evento contou com a participação de mais de 100 KLxians – o nome que damos aos nossos colaboradores. Tem sido um projecto que tem ganho força e resultados gradualmente graças ao interesse não só dos colaboradores como também da nossa direcção. O facto de termos alguma diversidade de temas também permite ir ao encontro das diferentes expectativas e projetos da KLx, o que acaba por influenciar a motivação, produtividade e workflow da actividade dos envolvidos.

 

De que forma estão a contribuir para o desenvolvimento das competências dos colaboradores?

A formação contínua é um dos pilares de investimento da KLx, pelo que procuramos sempre promover a absorção de diferentes tipos de conhecimento. Os vários temas que trazemos para discussão facilitam o desempenho do nosso trabalho e ajudam-nos a resolver possíveis desafios que surjam. Tentamos que os debates não sejam muito genéricos e alargados, mas que abordem situações e tecnologias específicas, sempre com a aposta na interactividade entre os que estão a organizar os eventos e os membros que neles participam. Com esta personalização e troca constante de ideias, garantimos que respondemos às necessidades dos nossos colaboradores e às suas ambições.

Em 2023, a KLx teve um aumento de 130% no orçamento adjudicado à área da formação, disponibilizando percursos de formação feitos à medida, academias de reconversão para o upskilling e reskilling dos nossos colaboradores, entre outras iniciativas.

 

E para o engagement?

À semelhança do que verificamos com outras iniciativas internas, a Comunidade K-Tech tem ajudado a motivar e a envolver as pessoas na organização. Quando decidimos apostar neste projecto focámo-nos nos valores que guiam a nossa missão: Excelência, Diversidade, Espírito de Equipa e Solution Seeking. Acredito que espelhamos cada um deles neste trabalho, que se caracteriza pelo espírito de colaboração, e no qual nenhum departamento ou indivíduo é deixado para trás.

Sentimos também que os colaboradores reconhecem e valorizam o investimento que a KLx faz em prol do seu desenvolvimento e bem-estar. Desde as iniciativas mais informais até às mais profissionais, todas contribuem para o envolvimento dos trabalhadores na cultura que nos caracteriza.

 

Em que consistem as K-Talks?

As K-Talks são uma das actividades organizadas pela Comunidade K-Tech e consistem em eventos presenciais focados na partilha de conhecimento. Podem assumir o formato de apresentação ou debate, juntando colegas de toda a empresa com interesse num determinado tema dentro dos sete grupos de tópicos mencionados anteriormente. Estes eventos são sempre interactivos e, por vezes, contam com a participação de convidados externos ou parceiros que também estimulam a aprendizagem sobre novas abordagens ou pontos de vista.

 

E os K-Flirts?

Os K-Flirts são mais direccionados para a lógica de brainstoming. Juntam apenas cinco ou seis pessoas para uma troca de ideias ou experiências sobre um artigo, uma novidade ou um projecto relacionado com os objectivos da “mini comunidade” envolvida. Assim, conseguimos garantir que todos os participantes têm a possibilidade de expor as suas preocupações e contribuir com as suas ideias e propostas.

 

Que feedback têm recebido por parte dos colaboradores?

Os KLxians têm-se mostrado muito satisfeitos com a Comunidade K-Tech e temos adoptado todo o feedback construtivo que nos chega para a reestruturação da mesma. Este é um projecto em que a KLx quer continuar a investir e a desenvolver e, por esse motivo, estamos receptivos a todas as sugestões de melhoria. Prevemos mesmo que, em breve, estas comunidades cresçam ainda mais não só em número de participantes, mas também nas temáticas desenvolvidas.

 

De todas as iniciativas disponibilizadas, quais as mais apreciadas?

Dentro da K-Tech, temos observado bastante interacção sobre os temas Agile, não só por ter sido uma das primeiras comunidades a ser criada, mas também por ser uma metodologia muito valorizada no sector em que operamos. Por outro lado, todas se têm desenvolvido organicamente e “à sua maneira” – umas mais orientadas para trocas assíncronas, outras para workshops focados na solução ou na reinvenção de soluções. Mas, de facto, a apreciação geral tem sido bastante positiva, até nos eventos mais recentes, como a K-Talk que organizámos sobre Inteligência Artificial e a que fizemos em parceria com a Lisbon JUG, sobre Java, que contou com a participação de developers a nível nacional.

 

Que outros projectos pretendem desenvolver este ano?

Este ano, além de abrirmos o leque de temas e investirmos em mais eventos mensais ao nível da nossa Comunidade K-Tech, estamos também a trabalhar nas nossas academias de reconversão, que permitem aos colaboradores actualizar os seus conhecimentos, nomeadamente em termos de linguagens de código. Estamos já a terminar a fase-piloto, que conta com a participação de cerca de 20 developers. Paralelamente, estamos a lançar novas iniciativas sobre as quais comunicaremos em breve e que, certamente, levarão a KLx e os seus KLxians ainda mais longe em termos de excelência.

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