Empresas planeiam mudanças no desenho organizacional
De acordo com o estudo Global Talent Trends 2018, feito pela Mercer, 53% dos executivos prevê que uma em cada cinco funções da organização deixe de existir nos próximos cinco anos. A consultora identificou ainda cinco tendências da força de trabalho.
O estudo revela que 96% das empresas planeia alterações no desenho organizacional e 94% tem o desafio da Inovação no topo da agenda para este ano. Ao mesmo tempo, os colaboradores valorizam cada vez mais a possibilidade de gerir de forma mais autónoma a sua vida pessoal e profissional, com mais de metade dos inquiridos a pedir mais opções de trabalho flexível. 40% está a aumentar o acesso a formação online, mas apenas 26% planeia apostar activamente em programas de rotação de talento.
O facto de a média de preocupação, por parte das pessoas, com questões financeiras, ser 10 horas/semana, é outro factor destacado. Ao mesmo tempo, os colaboradores valorizam cada vez mais a possibilidade de gerir de forma mais autónoma a sua vida pessoal e profissional, com mais de metade dos inquiridos a pedir mais opções de trabalho flexível. Outra conclusão é que 78% dos colaboradores consideraria trabalhar como freelancer.
«Este ano, o survey da Mercer permitiu observar um entusiasmo evidente dos executivos de topo no que diz respeito a uma mudança para o novo mundo do trabalho», realça Pedro Brito, partner da Mercer | Jason Associates. «Os executivos estão a apostar numa agenda de evolução contínua – mais do que uma transformação isolada – de forma a manterem as suas organizações competitivas.»
Apesar do crescente peso das novas tecnologias, os executivos devem concentrar-se no “sistema operativo humano” para fortalecer as suas organizações. O estudo da Mercer identificou cinco tendências da força de trabalho para 2018:
Mudança antecipada: a forma como as empresas se preparam para o futuro do trabalho depende do nível de disrupção antecipada. Aqueles que esperam a maior disrupção estão a trabalhar de forma ágil no modelo e a apostar em estruturas mais horizontais e em rede (32% está a apostar em equipas de trabalho mais holocráticas, em comparação com os 22% do ano passado).
Colocar a responsabilidade nas mãos dos colaboradores faz com que seja essencial desenvolver a capacitação e a prontidão de resposta antecipadamente. No entanto, os líderes de Recursos Humanos sentem-se menos aptos a requalificar os colaboradores existentes (55% encontra-se confiante que pode desenvolver bem este tópico), do que contratar a partir de fora (65%).
Uma vez que mais de metade dos executivos (53%) prevê que, pelo menos, uma em cada cinco funções da sua organização deixará de existir nos próximos cinco anos, estar preparado para a substituição e requalificação ao nível do trabalho é fundamental para a sobrevivência dos negócios. Contudo, apenas 40% das empresas está a aumentar o acesso a formação online e apenas 26% encontra-se activamente com programas de rotação de talentos na empresa.
Trabalhar com um propósito: Três quartos (75%) dos colaboradores bem-sucedidos e que se sentem profissionalmente e pessoalmente realizados, referem que a sua empresa apresenta um forte sentido de propósito.
Para encontrar um propósito, os colaboradores procuram dinamismo, aprendizagem e experimentação. Caso não o encontrem, irão procurá-lo noutro local – 39% dos colaboradores satisfeitos no seu trabalho actual ainda planeia sair devido a uma percepção de falta de oportunidade de carreira. Além do propósito, a nova proposta de valor inclui factores como a saúde e o bem-estar financeiro.
Os colaboradores gastam, em média, 10 horas de trabalho por semana preocupados com questões financeiras. No entanto, apenas 26% das empresas desenvolvem políticas internas para gerir o bem-estar financeiro. A justiça dos pacotes de remuneração e as práticas de sucessão são também uma preocupação, sendo que apenas 53% dos colaboradores refere que a sua empresa garante equidade no salário e nas decisões de promoção.
Flexibilidade permanente: Os colaboradores valorizam cada vez mais as suas expectativas de equilíbrio na sua vida pessoal e profissional. Querem mais opções de trabalho flexível, sendo que as organizações estão cada vez mais atentas – 80% dos executivos vêem o trabalho flexível como parte essencial da sua proposta de valor, em comparação com os 49% do ano passado.
Apenas 3% dos executivos consideram-se líderes no seu sector relativamente a políticas de flexibilidade e 41% dos colaboradores teme que optar por um trabalho flexível tenha impacto nas perspectivas de promoção.
Plataforma para o talento: Dado que 89 % dos executivos espera que a competição pelo talento aumente, as organizações percebem que existe a necessidade de expandir o seu ecossistema de talento e actualizar os seus modelos de gestão para uma era digital. Duas em cada cinco empresas planeiam subcontratar mais talento em 2018 e 78% dos colaboradores considerariam trabalhar como freelancer.
Os executivos concordam, que melhorar a capacidade de transferir empregos para pessoas e pessoas para empregos será o investimento em talento que terá maior impacto no desempenho do negócio este ano.
Digital de dentro para fora: Apesar das melhorias verificadas ao longo do ano passado, as empresas continuam a não oferecer uma experiência de consumidor – apenas 15% consideram-se actualmente uma organização digital.
Apesar de 65% dos colaboradores referirem que as ferramentas de última geração são importantes para o sucesso, menos de metade (48%) diz ter as ferramentas digitais necessárias para cumprir as suas tarefas e apenas 43% apresentam interacções digitais com os Recursos Humanos.
Os líderes das organizações estão confiantes na capacidade destes em ser um parceiro estratégico na definição da estratégia para o futuro, com 70% dos executivos a afirmar que os Recursos Humanos alinham a estratégia dos colaboradores com as prioridades estratégicas do negócio.
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