Entrevista a Raquel Rebelo

Ponto de Encontro do Capital Humano

«Surgiu para dar voz às empresas que operam no sector dos recursos humanos e proporcionar a todo o sector um momento anual de networking, troca de experiências e partilha de know-how e essa tem-se mantido como espinha dorsal da Expo RH ao longo desta década de existência», esclarece Raquel Rebelo, gestora de unidade de negócio e directora comercial do IFE – International Faculty for Executives – entidade organizadora.

À revista HR Portugal desvenda o que o evento reserva para este ano, faz o balanço dos 10 anos e aponta os desafios que se colocam actualmente a quem gere pessoas.

HR Qual o balanço destes 10 anos?

Raquel Rebelo O balanço não podia ser mais positivo. A Expo RH é um evento com uma notoriedade excepcional no sector, reconhecida por todos como o fórum que marca as tendências da gestão do capital humano nas empresas portuguesas.

HR Quais as principais alterações?

Raquel Rebelo Nestes últimos 10 anos mudou quase tudo e quase nada. Mudaram as pessoas, as empresas, o mercado, a importância dada à gestão das pessoas nas organizações, a legislação, … mas, continuámos a acrescentar valor ao capital humano das empresas. A Expo RH surgiu para dar voz às empresas que operam no sector dos recursos humanos e proporcionar a todo o sector um momento anual de networking, troca de experiências e partilha de know-how e essa tem-se mantido como espinha dorsal do evento ao longo desta década de existência.

HR Que novidades para a edição deste ano?

Raquel Rebelo Aproveitando a comemoração dos 10 anos e o sucesso crescente das últimas edições, reservámos o lançamento do website do evento para potenciar ao máximo a imagem das empresas associadas e proporcionar de uma forma mais eficaz e directa toda a informação indispensável aos visitantes do Salão.

Ao nível das conferências decidimos apostar na criação de um maior envolvimento entre oradores e assistentes, convidando-os a passar de espectadores a actores, apresentando novas dinâmicas de grupo como a Open Open Technology e World Café. Para além disso, decidimos elevar ainda mais o nível dos oradores e convidar directores gerais e CEO de algumas empresas a dar o seu testemunho na definição da política de RH das organizações e no desenvolvimento da criatividade e motivação dos colaboradores. Em paralelo iremos desenvolver alguns workshops interactivos sobre determinados temas específicos como o coaching e o BSC, orientados por especialistas, num formato que potencia uma forte interacção entre os assistentes.

Na área de exposição iremos ter um espaço de Speednetworking com o objectivo de aumentar as oportunidades de colaboração entre visitantes e expositores, um espaço de acesso livre à internet e um espaço dedicado às empresas com soluções de combate ao stress, o Espaço Zen.

HR Como é preparado todo o alinhamento do evento?

Raquel Rebelo A Expo RH começa a ser preparada com cerca de dez meses de antecedência. A preparação de um evento desta dimensão é um trabalho exaustivo que envolve a colaboração de uma vasta equipa com diversas valências e diferentes competências.

O programa é trabalhado minuciosamente pela equipa de especialistas que integra o departamento de formação Inter-Empresas da IFE e que é responsável por assegurar a excelente qualidade do programa de conferências que, ano após ano, apresentamos ao mercado. Contactando directamente com os profissionais do sector, recolhendo sugestões e opiniões de especialistas que habitualmente colaboram connosco, efectuando um exaustivo benchmarking do que de melhor se faz no mundo dos congressos e salões profissionais deste e de outros sectores de actividade, testando diferentes modelos e metodologias e levando a cabo uma investigação detalhada das temáticas e problemáticas que estão no centro das preocupações dos profissionais. O alinhamento do programa e a escolha das temáticas e dos oradores a convidar é o resultado final de todo este trabalho.

HR Quais as grandes tendências, nacionais e internacionais?

Raquel Rebelo Prefiro não falar de tendências e focar-me nos desafios que se colocam actualmente a quem gere pessoas. O primeiro grande desafio é sem dúvida encontrar uma resposta efectiva para ajudar as empresas e o país a sair da crise e essa resposta passa obrigatoriamente pelas pessoas. E aqui há muitos desafios que se colocam. Por um lado, há uma necessidade quase que permanente de reestruturar as empresas, seja através da redução de efectivos e consequente negociação de saídas, seja através da flexibilização do recrutamento, da implementação de políticas retributivas flexíveis, da mobilidade funcional ou da expatriação.

Por outro lado, há uma necessidade de encontrar soluções eficazes para aumentar a competitividade empresarial e para isso é fundamental ter uma atitude positiva para melhorar o clima organizacional das empresas aumentando a motivação dos colaboradores, valorizando os recursos, nomeadamente através de uma aposta reforçada na formação, e estimulando a sua criatividade convidando-os a envolverem-se no processo de tomada de decisão de algumas áreas-chave do negócio.

Outro dos grandes desafios actuais das organizações é a gestão das redes sociais. Se, por um lado, estas são um desafio e uma oportunidade sobretudo ao nível do recrutamento e da construção do perfil dos colaboradores, por outro expõe as organizações a uma série de vulnerabilidades e riscos quando mal geridas. É uma realidade que veio para ficar e à qual os gestores de recursos humanos não podem ficar indiferentes.

Por último, não poderia deixar de referir a crescente participação feminina nas organizações não como um desafio mas como uma vantagem competitiva para as empresas que se querem diferenciar e beneficiar de uma liderança forte e carismática.

HR Porque continua a fazer sentido a existência de Feiras deste género?

Raquel Rebelo Numa época em que o tempo é cada vez mais escasso, em que tudo é virtual, até mesmo as relações entre as pessoas, a existência de feiras deste género que propiciam networking entre pares faz cada vez mais sentido. O contacto directo, “olho no olho” não é nem nunca será substituído pelo contacto virtual, na Internet, nas redes sociais ou por e-mail. Cada vez mais no mundo empresarial, são necessários momentos de reflexão e de troca de experiências presenciais, para potenciar negócios.

HR Qual o grande objectivo da Expo RH?

Raquel Rebelo Gerar negócios, proporcionar networking e analisar e debater as tendências e desafios actuais do sector são os principais objectivos do evento.

HR O que tencionam alcançar, este ano? Quais as previsões?

Raquel Rebelo Para 2011, de uma forma muito resumida, vamos aumentar a área de exposição em cerca de 20% e desta forma atrair um maior número de empresas ao evento e consolidar o número de visitantes da edição passada (mais de 3.000).

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