Está prestes a receber o subsídio de férias? Já pensou como o vai gastar? Não seja impulsivo e veja aqui sugestões para o rentabilizar
Subsídio de férias: aquela motivação extra para usufruir do Verão. Fazer a viagem que sempre desejou, ir jantar mais vezes fora ou simplesmente comprar uma roupa nova para fazer sobressair o bronze. Mas já pensou em utilizar esse rendimento para poupar ou, até mesmo, amortizar dívidas que tenha? O Comparaja explica em que consiste esta remuneração e como a aplicar.
O subsídio de férias é, essencialmente, uma compensação atribuída a trabalhadores para que estes possam disfrutar dos dias de férias que tiram com um dinheiro extra na sua conta. É muitas vezes chamado de “13º mês” visto que funciona como um salário adicional.
Esta remuneração é destinada a qualquer trabalhador que tenha um contrato com ou sem termo, sejam à conta de outrem, funcionários públicos ou pensionistas.
O valor a receber é essencialmente o correspondente a um mês de trabalho, no entanto, não inclui possíveis ajudas de custo, como por exemplo para viagens. Caso receba subsídio de alimentação ou transportes, este também é excluído do montante a pagar.
Quando é que recebe o subsídio?
A resposta a esta questão depende essencialmente do tipo de função que exerce. Caso seja trabalhador do sector privado, o subsídio de férias geralmente é pago antes de entrar de férias. Ou seja, se tirar uma semana de descanso em Julho e mais cinco dias em Agosto, este rendimento extra poderá ser adaptado a esses dois períodos.
Para trabalhadores da função pública, este valor é entregue na sua totalidade no mês de Junho. Já os pensionistas geralmente recebem o subsídio no mês de Julho.
Também é possível receber o seu subsídio em duodécimos. Se assim o for, significa que já recebeu 50% do montante ao longo do ano, juntamente com o seu salário, pelo que receberá os restantes 50% antes do período de férias. Caso receba o subsídio por inteiro, então receberá o seu salário a dobrar no mês definido pela entidade patronal.
Onde aplicar o subsídio de férias?
O mais comum para os portugueses é utilizar o subsídio de férias, tal como o nome indica, para as suas férias. Mas deve fazê-lo apenas se não tiver dívidas para liquidar ou se estiver financeiramente confortável para utilizar todo o dinheiro exclusivamente para esse período de descanso.
Poderá apenas gastar parte deste valor para oferecer a si e à sua família um mimo e aproveitar o restante para poupar ou amortizar uma dívida.
Poderá ainda despender este extra em algo de que necessite. Por exemplo, se precisa de comprar electrodomésticos novos, se gostaria de fazer pequenas remodelações em casa ou até se tem interesse em apostar nas suas competências e fazer uma formação ou um curso.
Poupar para mais tarde utilizar
Existem diversas situações com as quais pode poupar o seu subsídio de férias, desde despesas futuras a reforços de fundos de emergência ou até mesmo investimentos.
Guarde o dinheiro para despesas futuras
Embora seja tentador utilizar o montante do subsídio de férias para comprar algo de que gosta e anda a “namorar”, pense primeiro se não existem encargos futuros que precisará de pagar. Por exemplo, a revisão ou o seguro do carro, ou, no caso de ter filhos, a compra dos livros e do material escolar.
Ao poupar para estas despesas futuras, o seu orçamento mensal não irá ficar afectado quando chegar esse momento.
Reforce o seu fundo de emergência
Outra forma de aplicar o subsídio de férias é reforçar o fundo de emergência. Caso não tenha um, aproveite para começar a poupar para futuras emergências que possam existir.
Estes fundos são poupanças importantes, pois permitem que, no caso de ter um problema financeiro, possa ter um certo montante de parte para utilizar. Nunca sabemos o que o futuro nos reserva e ter um pé-de-meia torna-se importante, quer para situações de desemprego, quer para problemas de saúde que nos levem a gastar mais dinheiro inesperadamente, por exemplo.
Aproveite para fazer um investimento
As opções para investir o seu subsídio de férias são muito variadas e todas têm um objectivo: pôr o seu dinheiro a render. Pode criar ou reforçar um depósito a prazo com o montante do subsídio. Por exemplo, um casal com um subsídio conjunto de dois mil euros pode criar uma conta-poupança a 12 meses com uma TAEL (Taxa Anual Efetiva Líquida) de 1,257%. No final dos 12 meses terão 2.025,20 euros. Alguns depósitos permitem reforços, pelo que este valor pode aumentar se for colocando dinheiro nessa conta.
Outra opção de investimento poderá ser um PPR (Plano Poupança Reforma). Este permite que vá juntando dinheiro para a sua reforma e que lhe será muito útil quando estiver aposentado. Assim poderá aproveitar ao máximo o seu descanso, não tendo de se preocupar em contar todos os euros gastos. Pode também optar por um Unit Linked ligado a um fundo de investimento.
Se prefere algo mais rentável e não se importa de ter algum risco, pode pensar em investir o seu subsídio de férias em acções. Para tal, deverá ter algum conhecimento nesta matéria, bem como despender algum tempo para escolher onde adquirir acções e para ir controlando as oscilações da Bolsa.
Amortização de dívidas
Por fim, o seu subsídio de férias pode ser canalizado para amortizar dívidas. Se tem algumas dívidas por regularizar, nomeadamente referentes ao cartão de crédito, ao automóvel ou até do condomínio, aproveite o subsídio para saldar esses encargos.
Mas tenha atenção, pois amortizar dívidas mais volumosas, como é o caso de um crédito à habitação, por exemplo, nem sempre é vantajoso com um montante como o do subsídio de férias. Porém, se se tratar de uma dívida de montante mais reduzido, pode compensar bastante amortizar com o subsídio de férias, pois o mais provável é liquidar a dívida na totalidade e ficar sem a mesma.
Gastar, poupar ou amortizar: qual a melhor solução?
Tudo depende de si, da sua estabilidade financeira e dos seus objectivos. Prefere ter umas férias mais relaxadas ou poupar o subsídio de férias para alguma emergência? Deseja fazer uma remodelação na sua sala ou investir num bom Plano Poupança Reforma? É importante pensar no futuro, pelo que deverá sempre ter algum dinheiro de parte para eventuais situações que não estejam planeadas ou apenas para poder ter umas férias melhores no ano que vem.