Estão a ser criadas menos empresas em Portugal. Mas há sectores que são excepção
Entre o início do ano e 31 de Agosto foram criadas 34 811 novas empresas em Portugal, um número que representa um recuo de 2,5% (-905 constituições de empresas) face ao mesmo período do ano passado. Os dados são do mais recente Barómetro da Informa D&B.
O comportamento entre os diversos sectores é, no entanto, bastante diferente. Em metade dos sectores, a criação de empresas é superior ao registado em 2023, com destaque para a Construção, Tecnologias da Informação e Comunicação e Retalho.
A Construção tem um crescimento de 7,9% face ao período homólogo (+317 constituições de empresas), uma subida transversal a quase todas as suas atividades, especialmente a Construção de edifícios (residenciais e não residenciais), que concentra 2 663 constituições do sector e registou mais 223 novas empresas face ao mesmo período do ano anterior. O empreendedorismo na Construção regista uma tendência de crescimento desde o início do ano, sendo neste momento o terceiro sector com maior número de constituições no acumulado do ano.
Os dados do mais recente Barómetro da Informa D&B mostram que novas empresas de Tecnologias da Informação e Comunicação registam um crescimento de 5,1% (+108 constituições de empresas), para o qual contribuíram sobretudo as novas empresas de Actividades de programação informática (+13%; +80 constituições de empresas).
No Retalho, o crescimento foi de 2,7% (+85 constituições de empresas), devido em especial a um aumento de quase 30% das novas empresas de Comércio a retalho por correspondência ou via Internet.
Entre os sectores em queda na criação de empresas, destaca-se os Transportes, com uma descida de 25% (-1070 constituições de empresas), sendo o principal responsável pela descida geral deste indicador e que confirma uma tendência que se verifica desde o início do ano.
O Alojamento e Restauração desceu 5,0% (-179 constituições de empresas) face ao período homólogo, uma descida transversal a quase todos os seus subsectores e que é especialmente acentuada no subsector do Alojamento de curta duração, que recua 21% (-139 constituições de empresas).
O sector Grossista caiu 10% na criação de empresas (-160 constituições de empresas), devido sobretudo ao subsector Alimentar (-24%; -115 constituições de empresas).
Nos oito primeiros meses do ano, encerraram 7719 empresas, o que corresponde a menos 8,9% do que no mesmo período do ano passado, sendo que à data de hoje ainda existem publicações a serem efectuadas pelo Registo Comercial.
O mesmo barómetro revela que últimos 12 meses encerraram 14 610 empresas, o que constitui uma descida mais ligeira (-3,2%; – 476 encerramentos de empresas) face aos 12 meses anteriores. A descida no acumulado dos últimos 12 meses é transversal à esmagadora maioria dos sectores de actividade, destacando-se o Retalho (-6,5%; -145 encerramentos de empresas), o sector que mais desceu neste indicador em termos absolutos, e as Indústrias (-10%; -126 encerramentos de empresas).
Apenas os sectores dos Transportes (+20%; +139 encerramentos de empresas) e da Energia e Recursos (+23%; +17 encerramentos de empresas) registam crescimento neste indicador.
A descida dos encerramentos é igualmente transversal a todas as regiões, com destaque para o Norte (-6,7%; – 329 encerramentos). Apenas as regiões da Grande Lisboa e Madeira registam subidas, ainda que ligeiras.
Desde o início de 2024, as insolvências registam um crescimento de 11%, com 1410 empresas a iniciaram um processo de insolvência (+135 empresas).
Ainda que as insolvências tenham crescido em mais de metade dos setores de actividade, a subida deste indicador está bastante concentrada nas Indústrias, que registam um crescimento de 50% (+136 empresas com processos de insolvência) e sobretudo nas Indústrias de Têxtil e Moda, cujo número de empresas com processos de insolvência quase duplicou face ao acumulado dos oito primeiros meses do ano passado (+83%; +110 empresas com processos de insolvência).