Estas cinco tendências vão marcar o sector tecnológico em 2022
O ano de 2021 voltou a ser marcado pelos avanços e recuos da pandemia COVID-19 a nível global. Enquanto tendências como o teletrabalho e as criptomoedas se generalizam, os ciberataques continuam a ser cada vez mais diversificados e sofisticados.
Mafalda Garcês, Country leader & People director da Dashlane, apresenta as cinco principais previsões da empresa, especialista em gestão de passwords e de identidade digital, para o sector tecnológico neste novo ano:
1. Exposição das fraquezas nas dependências sistémicas
No início de Outubro de 2021, a interrupção de algumas horas no funcionamento do Facebook serviu como um lembrete das muitas dependências sistémicas que existem, e das quais não estamos conscientes até que este tipo de casos ocorram. Podemos assistir a mais peças desta teia a sofrerem ataques ou a interrupções de outra natureza que, ao exporem as interdependências, podem colocar os sistemas que delas dependem em risco.
2. Engenharia social mais sofisticada
Ao longo de 2021, muitas fake news foram disseminadas acerca da pandemia COVID-19 e acerca da vacinação. Em 2022, os grupos que promovem ciberataques continuarão a aproveitar-se de campanhas de notícias falsas para executar vários ataques de phishing. A tecnologia deepfake poderá também ser usada como arma – estes são ataques que recorrem ao uso de técnicas de vídeo ou áudio falsos, com conteúdo direcionado para manipular opiniões, preços de acções
A engenharia social, cada vez mais sofisticada, continuará a ser utilizada para obter permissões e aceder a dados confidenciais. Os ataques de ransomware podem estar cada vez mais alicerçados em ferramentas de penetração para personalizar ataques em tempo real e para viver e trabalhar nas redes das vítimas.
3. Ransomware chega à IoT (Internet of Things)
Em 2022, prevê-se que os ataques ransomware continuem a estar em destaque. Com o crescente uso de dispositivos IoT, que estão literalmente em todo o lado, teremos grupos maliciosos cada vez mais especializados neste tipo de ransomware. Podemos assistir a um aumento do uso de técnicas de engenharia social cada vez mais sofisticadas para induzir as vítimas a pagar resgates para recuperar acesso aos seus dispositivos IoT, mesmo quando os seus dados não estão tecnicamente comprometidos.
4. Ataques direccionados às criptomoedas e ao dinheiro digital
A transformação do dinheiro em software trará necessariamente um aumento de ataques de hackers que visam roubar bitcoins e altcoins. À medida que as carteiras digitais e as plataformas de pagamento móvel são usadas com mais frequência, podemos também esperar uma adaptação dos cibercriminosos para explorar esta dependência crescente dos dispositivos móveis.
5. Responsabilidade individual e colectiva pela segurança
A responsabilidade tem muitas ramificações e, embora idealmente todos assumíssemos responsabilidade pela protecção do ecossistema maior que é o mundo digital interdependente, no futuro podemos assistir à responsabilização daqueles que não cumprirem os requisitos de segurança.
Para as empresas, poderemos assistir a legislação que venha a incutir responsabilidade no caso de ataques que advenham da utilização de passwords fracas ou outras falhas de segurança por parte dos colaboradores, podendo culminar em despedimento ou até responsabilização civil.