Estudo prevê crescimento positivo das PME a nível mundial e em Portugal serão mais de 900 mil já em 2025
O estudo “SMBs Driving Economic Recovery” da Sage e do The Centre for Economics and Busines Research (Cebr) revela que não há sinais de abrandamento no sector das PME e, até 2025, prevê que o número de empresas aumente anualmente em 1,7% nos países estudados. Em Portugal, a previsão é de que cresça em 22 mil entre 2022 e 2025, atingindo as 917 mil PME em 2025.
Esta análise debruça-se sobre o papel das PME na recuperação económica em oito mercados-chave – Alemanha, Canadá, Espanha, Estados Unidos, França, Irlanda, Portugal e Reino Unido –, recorrendo a dados desde 2005, com o objectivo de prever as tendências de crescimento entre 2022 e 2025.
A análise de mercado do Cebr sublinha também o papel vital das PME na recuperação económica após a crise financeira global de 2007-2009, projectando um trajecto semelhante no futuro. Em 2012, por exemplo, as PME dos países europeus analisados contribuíram com pelo menos 48% de toda a produção empresarial, um sinal claro da sua importância para uma recuperação económica mais ampla.
Em Portugal, a contribuição das PME para a economia deverá atingir os 73 mil milhões de euros até 2025, representando 68,8% de todo o valor acrescentado bruto das empresas no país.
Analisando as PME em vários países, fica claro que algumas economias tiveram mais sucesso do que outras, sendo a tecnologia um factor determinante para esse sucesso.
Por exemplo, a Alemanha teve um desempenho de destaque durante o período pós-crise, com o crescimento sustentado no emprego e contribuição económica das PME durante e após a crise de 2007-9.
Em comparação, as PME de Portugal passaram algumas dificuldades no período após essa recessão económica, com o número de PME e de empregos a cair entre 2008-2013. Esta disparidade em relação à Alemanha parece fortemente ligada à digitalização, e dados da Eurostat mostram que Portugal está significativamente abaixo da média da UE neste âmbito.
Ao examinar de perto os desenvolvimentos das PME por sector, o estudo concluiu ainda que os sectores profissional, científico e técnico, em particular, obtiveram fortes ganhos com a digitalização e foram importantes para a recuperação na maioria dos mercados. Em Portugal, por exemplo, em 2015 foram criadas 17% das empresas do sector de TI (empresas envolvidas em programação de computadores, consultoria e produção de media).
Importa ainda lembrar que há apoio disponível para as PME, tanto para cumprirem os objectivos de digitalização como para acederem a oportunidades de crescimento mais amplas. Um factor determinante da capacidade de digitalização das empresas é o acesso à conectividade de alta velocidade e a formação sobre a utilização de novos métodos analíticos.
Na UE, o “Digital Economy Society Index” (DESI) monitoriza o progresso digital todos os anos desde 2014, e 20% do programa “Resilience and Recovery Facility” da região é dedicado a prioridades digitais. Isto ajudará as PME a permanecer na vanguarda da inovação e impulsionar o crescimento económico ao longo desta década.