Fernando Bação, Nova IMS: «Na nossa área de trabalho, o nível de desemprego é zero»

A crescente consciência de que a decisão baseada factos produz melhores resultados coloca o foco no papel que os dados e a informação podem desempenhar no futuro. Isso explica o sucesso do Mestrado em Gestão de Informação, com especialização em Business Intelligence, da Nova IMS. A reduzida oferta não consegue colmatar a procura das empresas, o que justifica os 100% de empregabilidade, garante o coordenador Fernando Bação.

Por Tânia Reis

Foi reconhecido, pelo sexto ano consecutivo como o melhor mestrado do mundo na categoria de “Business Intelligence and Strategy”, no Best Masters Ranking 2024. Neste ano lectivo estavam inscritos alunos de 28 nacionalidades e o número só não aumenta de forma mais rápida porque a escola não tem capacidade para acolher todos, garante Fernando Bação, coordenador do Mestrado em Gestão de Informação, com especialização em Business Intelligence, da Nova Information Management School (NOVA IMS).

Em que consiste o Mestrado em Gestão de Informação, com especialização em Business Intelligence?

Trata-se de um programa académico altamente especializado que visa fornecer aos alunos uma formação avançada na gestão estratégica da informação, com um foco particular em Business Intelligence (BI). Durante o curso, os alunos são equipados com as competências e conhecimentos necessários para gerir de forma eficaz os recursos de informação das organizações, utilizando ferramentas analíticas e técnicas de BI.

Um dos principais objectivos do curso é capacitar os alunos para aplicarem essas competências no apoio à tomada de decisão estratégica nas organizações. Isso é alcançado através da análise de dados e de informação relevante, permitindo uma compreensão mais profunda dos desafios e oportunidades enfrentados pelas empresas. Ao adoptar uma abordagem prática e orientada para resultados, o mestrado prepara os alunos para enfrentarem os desafios do mundo empresarial moderno, onde a capacidade de extrair insights valiosos dos dados é fundamental para o sucesso.

A relevância deste curso é reconhecida internacionalmente, através do Eduniversal Best Masters Ranking, que o classificou como o melhor do mundo na categoria de Business Intelligence and Strategy pelo 6.º ano consecutivo. Essa conquista reflecte o compromisso contínuo com a excelência académica e a relevância prática do programa, consolidando-o como uma referência global no campo da Gestão de Informação e Business Intelligence.

O número de alunos inscritos tem vindo a aumentar. Acredita que essa tendência se vai manter? Que motivos acredita que estão por trás?

Na verdade, o número de alunos inscritos só não cresce de forma mais rápida porque a escola não tem capacidade para servir todos os que nos procuram. Temos vindo a fazer um esforço para acomodar a procura crescente, mas sem comprometer a qualidade do ensino e a experiência dos alunos. Temos um grande entusiasmo em relação ao papel que os dados e a informação podem desempenhar no nosso futuro comum e estamos empenhados em garantir que todos os que partilham este entusiasmo podem encontrar as competências que procuram na nossa escola.

No que respeita aos motivos por trás desta tendência, penso que há cada vez mais consciência de que a decisão baseada em evidências, baseada nos factos, produz melhores resultados. Por outro lado, as empresas há muito que compreenderam que o futuro passa por utilizar os dados de que dispõem para alavancar o seu crescimento. Por isso, têm feito investimentos muito significativos para se dotarem das infraestruturas informacionais que lhe permitam optimizar os seus processos de decisão e garantir que a informação está no sítio certo à hora certa. Como é óbvio isto exige recursos humanos com as competências necessárias para fazer uso das técnicas e ferramentas analíticas e de BI.

Um inquérito aos alunos antes do início do ano lectivo 2023/2024 revelou que a remuneração média mensal, após a conclusão do curso, era de 1885 euros. O salário é o principal atractivo?

Não sei se o salário é o principal incentivo, mas tenho a certeza de que é um factor muito importante na escolha. Num país caracterizado por salários baixos e um nível de desemprego jovem elevado, quem nos procura também sabe que aqui encontra perspectivas para um futuro profissional onde as suas competências são valorizadas. Este é, sem dúvida, um dos aspectos que mais nos orgulha e que nos incentiva a continuar a nossa missão. É muito reconfortante ver os nossos alunos a construir carreiras profissionais de sucesso e ver como as empresas os valorizam.

Em que medida esta formação é relevante para um profissional mudar de carreira?

Ao longo dos anos temos tido milhares de alunos que nos procuram para reorientar a sua carreira, para fazer o upskill das suas competências. Muitos já trabalham na área da tecnologia, mas compreendem que a área dos dados e da analítica está a crescer rapidamente e a ganhar centralidade nas organizações. Por isso, todos os anos temos alunos que, tendo carreiras profissionais de sucesso, procuram adquirir competências que lhes permitam estar no centro desta revolução, implementar e gerir projectos nas áreas dos dados e analítica, que lhes permita ter um papel activo no desenvolvimento de organizações mais orientadas aos dados, mais assertivas nos seus processos de decisão.

Quais as saídas profissionais?

É um pouco difícil listar as saídas profissionais, uma vez que estas competências e conhecimentos são transversais a todos os sectores. No entanto, diria que os nossos alunos tendem a ocupar posições como analistas de Business Intelligence, consultores nas áreas analíticas, gestores de dados e gestores de projectos de informação, entre outros. Em termos de indústrias, as mais frequentes talvez sejam a tecnologia, saúde, finanças, retalho, telecomunicações, mas há outras.

A média de tempo para arranjar emprego distingue-se dos outros cursos que ministram?

Tendo em conta que a generalidade dos cursos ministrados na NOVA IMS se focam nos tópicos da Ciência de Dados e Analítica, não podemos dizer que o Mestrado em Gestão de Informação apresente uma diferença significativa em termos do tempo médio para encontrar emprego – que é, de acordo com estudos feitos pela Universidade NOVA de Lisboa, de cerca de um mês. No entanto, é importante salientar que os graduados do curso, tipicamente, têm muitas ofertas de emprego, mesmo quando ainda estão a frequentar o curso. Podemos dizer que, de acordo com todos os estudos feitos, na nossa área de trabalho, o nível de desemprego é zero.

Estes profissionais existem em número suficiente para as actuais necessidades das empresas?

Não, e isso explica a intensa procura que continua a existir pelos nossos graduados. A verdade é que as empresas continuam muito necessitadas deste tipo de profissionais. Isto tem um impacto negativo, principalmente, nas empresas com capacidade financeira limitada que têm tido cada vez mais dificuldade em contratar profissionais para a área analítica. A limitação de recursos qualificados e as remunerações, altas para o panorama português, acaba por comprometer as aspirações de muitas empresas em desenvolver projectos nestas áreas.