Já não há orgulho na Função Pública
Um estudo do Hay Group mostra que os funcionários públicos do Reino Unido nunca se sentiram tão desmotivados por trabalharem no Estado.
Os trabalhadores da Função Pública estão cada vez mais descrentes em relação às suas chefias. Quem o diz é a consultora de Gestão Hay Group, num estudo relativo à confiança dos funcionários públicos do Reino Unido. E, à luz dos resultados do relatório, a consultora conclui que é necessário tomar «medidas urgentes».
Segundo o estudo da consultora, relativo ao Reino Unido, os funcionários públicos, desde os funcionários da linha da frente até às posições de direcção, não encaram o trabalho no Estado como prestigiante. Setenta e dois por cento dos inquiridos não sente orgulho em trabalhar no Estado e 70% dos inquiridos diz que nunca se sentiram tão insatisfeitos a trabalhar no sector público.
O estudo revela ainda que 43% pretende deixar o seu emprego actual e 78% destes querem sair nos próximos três anos.
«Quase um terço (32%) dos gestores sénior que querem sair da organização onde trabalham actualmente querem fazê-lo durante este ano», um valor «acima de qualquer outra posição». O estudo acrescenta ainda que «mais de dois quintos (43%) planeiam sair do sector público», com 84% destes a revelar uma moral em mínimos históricos.
Para 27% das chefias, a crítica pública «é uma barreira significativa para sentirem orgulho no sector», ao passo que 23% «realçam a falta de liderança», acrescenta o relatório do Hay Group.
Para solucionar este problema de falta de orgulho na Função Pública do Reino Unido, a consultora sugere: «As chefias deverão assegurar que os colaboradores são apoiados e valorizados. Actualmente, mais de metade dos colaboradores (52%) sente-se menos apoiado pelo seu chefe agora do que antes do início da austeridade» no Estado, «ao passo que dois quintos (40%) consideram que os colaboradores não se sentem importantes» no seu conjunto.
Também importante é a confiança nas chefias, acrescenta a consultora. «Contudo, de acordo com o estudo do Hay Group, quase metade dos colaboradores (47%) não acredita que os seus líderes cumpram as suas promessas».