Liderar pelo exemplo
Madalena Cascais Tomé, CEO da SIBS, faz questão de estar “no terreno”: com as equipas, a transmitir continuamente a visão, objectivos e relevância de cada projecto, e com os clientes, para antecipar as suas necessidades e desenvolver soluções inovadoras.
Por Ana Leonor Martins | Fotos Paulo Alexandrino
Em 2015, a SIBS tinha fechado um ciclo de 14 anos com uma liderança executiva sob a égide de um mesmo CEO – Vítor Bento – e Madalena Cascais Tome foi a escolha para lhe suceder. Assumiu funções em Abril de 2015 e, nestes dois anos e meios, destaca o lançamento de novos serviços, o crescimento em novos segmentos e mercados e a renovação tecnológica que estão a protagonizar. Como CEO, assume a responsabilidade de «alinhar uma visão para a empresa, definir a estratégia e o seu plano de execução, gerir e motivar toda a equipa» para que, em conjunto, possam «ter um melhor resultado colectivo do que a soma dos contributos individuais, e entregar resultados».
É licenciada em Matemática Aplicada. Daí, evoluiu para a área de Consultoria, onde começou a sua vida profissional, depois para a área industrial… O que motivou este percurso?
A Matemática é uma paixão. É uma disciplina fundamental por aportar a capacidade analítica que nos permite decompor um problema complexo em partes solucionáveis; assim como a lógica que nos permite ter um entendimento sólido dos temas, mesmo não sendo especialistas. Não me imaginava a fazer outra coisa. E ao longo da minha vida, profissional e pessoal, tenho percebido que a matemática nos ensina a raciocinar e que é útil em qualquer área e praticamente em qualquer circunstância. Quando saí da faculdade, a consultoria foi uma escolha natural, pois era a área que me parecia mais abrangente, onde poderia aplicar a tal capacidade analítica em várias indústrias.
Tive a oportunidade de aprender muito em consultoria ao trabalhar um conjunto muito alargado de indústrias e de áreas de competência. Aconselhava e propunha uma visão e um plano às empresas, mas no final do dia não era a responsável pela sua execução, pela tomada de decisão, nem pelos seus resultados. E chegou um momento em que percebi que queria evoluir para assumir responsabilidades de direcção, executivas, e isso passava por uma transição para o mundo corporativo.
O que a fez aceitar o desafio de assumir a presidência executiva da SIBS?
Tenho tido o privilégio de encontrar ao longo da carreira desafios muito importantes, de grande responsabilidade e, também por causa disso, de grande motivação. Liderar a SIBS, uma empresa tão relevante, que actua num sector tão dinâmico como o dos pagamentos, e numa fase em que enfrenta uma enorme pressão competitiva à escala global, é sem duvida um enorme desafio.
Houve dois factores que me fizeram aceitar este desafio. O primeiro foi ter uma visão para a empresa e para a sua direcção, uma aspiração clara sobre onde gostaria de ver a SIBS a médio/longo prazo, e dos desafios necessários para a concretizar. Por outro lado, reconheço na SIBS uma equipa com um know-how e uma experiência únicas, que contribuiu de forma determinante para construir um dos sistemas de pagamento mais avançados do mundo.
Quando assumiu funções, o que definiu como prioridades de actuação e objectivos a alcançar?
O principal objectivo foi o de tentar acompanhar e até antecipar o ritmo de mudança do mercado. De forma muito transversal na SIBS, ao longo dos mais de 30 anos de história, os mercados – nacionais e internacionais – têm vindo a sofrer inúmeras mudanças. Hoje concorremos com entidades de vários sectores, com perfis muito distintos, e à escala global. A acrescer a tudo isto, novas directivas europeias levantam questões às quais temos que ser capazes de dar resposta. Neste sentido, assumimos três grandes desafios: a transformação e inovação digital, a optimização e eficiência operacional, e o crescimento em novos segmentos e mercados, no contexto europeu e internacional.
Nestes quase três anos, quais as principais conquistas e o que ainda está por concretizar?
O balanço é muito positivo. Temos trabalhado com o objectivo de reforçar a capacidade competitiva, inovadora e de eficiência da SIBS que, é hoje, muito mais do que o Multibanco. A empresa tem uma actividade abrangente que a torna um player incontornável na economia nacional. A oferta vai desde as soluções de pagamento e software, ao mercado de cartões de fidelização, desenvolvendo soluções integradas junto a um novo leque de clientes domésticos e internacionais. Somos, por exemplo, a empresa com a maior capacidade de produção de cartões de fidelização da Península Ibérica. Temos de continuar o trabalho de consolidação da expansão internacional e da presença digital.
Leia a entrevista na íntegra na edição de Novembro da Human Resources.
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