Lisboa entre as cidades mais caras do mundo para expatriados. Subiu 17 lugares. Saiba a posição que ocupa (e quem está no top 10)
Lisboa é a 100.ª cidade mais cara do mundo para expatriados, de acordo com a edição de 2024 do ranking “Custo de Vida”, divulgado pela consultora Mercer.
A subida de 17 posições no ranking global em 2024 por comparação com o ano anterior revela um agravamento do custo de vida para quem decide vir trabalhar para a capital portuguesa. Atendendo apenas ao panorama europeu, Lisboa ocupa a 39.ª posição.
O ranking “Custo de Vida” da Mercer, empresa do grupo Marsh McLennan, classifica o custo de vida de 226 cidades do mundo para expatriados a partir da análise do custo comparativo de mais de 200 itens em cada local, incluídos nas categorias de transporte, alimentação, vestuário, produtos domésticos e entretenimento. Este estudo pretende apoiar as empresas multinacionais na definição de políticas de compensação para colaboradores expatriados.
Hong Kong segura uma vez mais a primeira posição do ranking, seguindo-se Singapura. Zurique, Genebra e Basileia são três das cinco cidades mais caras a nível mundial, podendo o elevado custo de vida da Suíça estar correlacionado com a sua qualidade de vida superior.
O aumento do custo com habitação verificado em diversas cidades tornou a mobilidade num desafio para as organizações. A inflação é outro fator que está a diminuir o poder de compra e a exercer pressão sobre as políticas de compensação. Esta conjuntura deverá dificultar a atracção e retenção de talentos-chave, podendo aumentar os custos com benefícios/remunerações, assim como os custos operacionais e criando limitações à mobilidade dos colaboradores.
No contexto europeu, além das quatro cidades suíças que surgem nas primeiras posições do ranking – Zurique (3.ª posição), Genebra (4.ª posição), Basileia (5.ª posição) e Berna (6.ª posição) –, as cidades mais caras são Londres (8.ª posição), Copenhaga (11.ª posição), Viena (24.ª posição), Paris (29.ª posição) e Amesterdão (30.ª posição).
Por outro lado, Minsk, capital bielorussa, é a cidade europeia mais barata, ocupando a 212.ª posição. Outras cidades de baixo custo na Europa incluem Sarajevo (203.ª posição), Escópia (198.ª posição), Cracóvia (175.ª posição) e Breslávia (169.ª posição).
Apesar de a economia europeia ter abrandado, há já sinais positivos de crescimento na maioria dos Estados-Membros da União Europeia. No Sul da Europa, verifica-se uma expansão económica mais acelerada, prevendo-se que a taxa de inflação anual diminua, o que indica uma maior estabilidade de preços.
No panorama mundial, as duas cidades com um custo de vida mais elevado situam-se na Ásia – Hong Kong e Singapura –, o que se deve sobretudo ao elevado preço das habitações. Estes importantes centros económicos atraem também um elevado número de colaboradores expatriados, o que também contribui para o aumento do custo dos bens.
Todas as cidades norte-americanas estão classificadas nas 100 primeiras posições, com sete cidades entre as 20 primeiras. No extremo inferior estão as cidades do Canadá, sendo que a economia canadiana tem demonstrado uma forte resiliência e está a superar as expectativas. Toronto é a cidade canadiana mais cara (92.ª posição), seguida de Vancouver (101.ª posição). Por sua vez, o custo de vida nas cidades mexicanas registou um aumento significativo por comparação com o ano anterior, com a capital a ocupar a 33.ª e Monterrey a 115.ª posição, uma subida de 46 e 40 lugares, respectivamente.
Na América do Sul, a capital do Uruguai, Montevidéu, é a cidade mais cara para colaboradores expatriados (42.ª posição). Devido às flutuações das taxas de câmbio e ao preço das habitações, várias cidades sul-americanas registaram um movimento significativo por comparação com o ano anterior – Santiago, no Chile, caiu 73 lugares para a 160.ª posição do ranking, enquanto Bogotá, na Colômbia, subiu 40 lugares para a 174.ª posição.
Já na região do Pacífico, a inflação deverá continuar a pressionar o poder de compra dos habitantes. Sydney (58.ª posição), na Austrália, é a cidade mais cara da região, ultrapassando Noumea, na Nova Caledónia, que ocupa a 60.ª posição, tendo subido 10 lugares.
As cidades africanas mais caras são Bangui (14.ª posição), na República Centro-Africana, Djibuti, capital do país com o mesmo nome, (18.ª posição) e Djamena (21.ª posição), no Chade. Lagos (225.ª posição), na Nigéria, desceu 178 lugares desde o ano passado, sendo esta a maior alteração por comparação com o ano anterior. Esta mudança deve-se sobretudo às flutuações cambiais, incluindo as repetidas desvalorizações da naira.
Na 15.ª posição, o Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, é a cidade mais cara do Médio Oriente, enquanto Bombaim passou a ocupar a 136.ª posição e a ser a cidade mais cara da Índia.
Ranking “Custo de Vida 2024”
Ranking |
Cidade |
Localização |
1 |
Hong Kong |
Hong Kong Região Especial Administrativa Chinesa |
2 |
Singapura |
Singapura |
3 |
Zurique |
Suíça |
4 |
Genebra |
Suíça |
5 |
Basileia |
Suíça |
6 |
Berna |
Suíça |
7 |
Nova Iorque |
Estados Unidos |
8 |
Londres |
Reino Unido |
9 |
Nassau |
Bahamas |
10 |
Los Angeles |
Estados Unidos |
O ranking “Custo de Vida 2024” da Mercer inclui 226 cidades de cinco continentes. Mede o custo comparativo de mais de 200 itens em cada local, incluindo transportes, alimentação, vestuário, bens domésticos e entretenimento. Os dados recolhidos fornecem a informação-chave de que as empresas necessitam para conceber políticas de compensação eficientes e transparentes para os colaboradores expatriados. Os valores utilizados nas comparações do custo de vida e do custo de habitação são derivados de um inquérito realizado em Março.