Maior interactividade digital vai revolucionar as empresas

A convergência de várias tecnologias emergentes vai continuar a transformar as empresas e os negócios. A conclusão é do “Tech Trends 2020” da Deloitte, que destaca as sinergias que se têm vindo a desenvolver entre as tecnologias digitais, a experiência humana e as cada vez mais sofisticadas tecnologias de Inteligência Artificial (IA).

 

A 11ª edição do estudo, que identifica as tendências tecnológicas com maior impacto nas empresas nos próximos 18 a 24 meses, prevê uma maior interactividade entre máquinas e pessoas através de plataformas digitais que conseguem captar o contexto envolvente e ter uma resposta aproximada à de um ser humano. Estas novas ferramentas tecnológicas permitem, assim, evitar a excessiva mecanização das respostas dadas pelos suportes tecnológicos nas empresas.

De acordo com o “Tech Trends 2020”, para facilitar a implementação das novas tecnologias, é esperada uma maior colaboração entre os directores financeiros e digitais de cada organização, de forma a promover o financiamento de ideias inovadoras.

«A tecnologia é cada vez mais o principal elemento diferenciador dos negócios, sendo que à medida que surgem inovações cada vez mais poderosas, a sua presença e impacto aumenta» refere Rui Vaz, partner de Consultoria Tecnológica da Deloitte. «Os negócios melhor sucedidos serão os que conseguem combinar a tecnologia de ponta, como machine learning e IoT, com arquiteturas disruptivas e o talento adequado, para reinventar a forma como operam».

Entre as tendências que poderão criar novas oportunidades e desafios para as indústrias, nos próximos 18 a 24 meses, destacam-se as seguintes:

Digital Twins- uma ligação entre o físico e o digital
Com a tecnologia Digital Twin a permitir às empresas a criação de modelos virtuais cada vez mais sofisticados, que potenciam a otimização de sistemas, produtos e serviços, as organizações vão começar a integrar cada vez mais nos seus processos a tecnologia IoT (Internet of Things), machine learning e infraestruturas informáticas avançadas para conseguir desenvolver novos modelos de negócio;

O despertar da arquitectura tecnológica
A arquitectura de sistemas vai tornar-se uma prioridade estratégica a partir do momento em que as empresas começarem a redefinir o papel do arquitecto e torná-lo mais ágil, responsivo e colaborativo. Os arquitetos passarão, assim, a trabalhar de forma transversal ao negócio, juntamente com equipas de projeto não-técnicas, criando um importante fator diferenciador do ponto de vista da economia digital;

A tecnologia ao serviço da ética e da confiança
As empresas começam a aperceber-se que a implementação de tecnologia pode ser uma oportunidade para ganhar- ou perder- confiança e, com isso, clientes e reputação de marca. Nos próximos anos, os CIOs vão, por isso, começar a atribuir importância à chamada ética tecnológica e criar processos que ajudem as empresas a resolver problemas éticos ligados às novas tecnologias;

Plataformas hiper-realistas
Para fazer face à excessiva mecanização nas interações digitais diárias, cada vez mais empresas estão a introduzir inteligência emocional nos seus sistemas tecnológicos, através de Inteligência Artificial, como machine learning e reconhecimento facial e de voz, que conseguirá mais facilmente detetar e responder a interações humanas. Desta forma será possível ter experiências digitais dotadas de emoção, que irão potenciar a ligação entre pessoas, sistemas, dados e produtos;

O poder financeiro e o futuro tecnológico
À medida que as empresas se tornam mais ágeis, os responsáveis financeiros terão de implementar novos modelos de trabalho. Isto significa que CIOs e CFOs terão, em conjunto, de explorar como é que uma nova abordagem financeira- seja através dos orçamentos disponíveis, do planeamento de investimento, entre outros- poderá redefinir o futuro da inovação tecnológica;

 

«As tendências apontadas nesta edição do estudo vão contribuir activamente para a disrupção de várias indústrias e redefinir o negócio e a forma de trabalhar ao longo da próxima década», considera Nuno Carvalho, partner de Consultoria Tecnológica da Deloitte. «O conhecimento das novas tecnologias e dos novos caminhos de inovação é parte importante do processo de tomada de decisão numa empresa e contribui para a sua diferenciação num ecossistema cada vez mais competitivo».

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