Maioria das empresas a investir em GenAI tem dois objectivos principais
O interesse em torno da Inteligência Artificial Generativa (GenAI na sigla inglesa) é elevado, mas a maioria das organizações em Portugal ainda está a explorar casos de utilização, indica um estudo conduzido pela askblue, em parceria com a IDC. Sobre os resultados que as organizações pretendem alcançar com iniciativas de GenAI, nos próximos 12 meses, 63% dos inquiridos afirmaram que procuram um aumento da eficiência operacional e da produtividade dos colaboradores.
Sobre os casos de utilização, 54% apontam chatbots e agentes virtuais/assistentes digitais. O estudo da askblue e IDC revela ainda que os maiores desafios na implementação estão ligados a preocupações de segurança (49%, disponibilidade e qualidade dos dados da organização (41%) e falta de conhecimento sobre o tema (39%).
De acordo com o documento, 57% dos inquiridos, pertencentes aos sectores público e privado, ainda estão a explorar casos de utilização de GenAI. Ainda assim, 32% das chamadas organizações Tech-to-Compete, em que a tecnologia é crítica para os seus processos de negócio, já estão a implementar estas tecnologias. Os sectores que mais implementam são o financeiro, energia & utilities e serviços profissionais.
À pergunta “Quais são os maiores desafios à realização de iniciativas digitais na sua organização?”, a maioria dos inquiridos respondeu “restrições orçamentais” (61%), seguindo-se “falta de competências digitais na organização” (43%) e “segurança e gestão de riscos” (39%).
O estudo agora revelado tem como objectivo compreender as tendências de investimento na área tecnológica e identificar oportunidades emergentes. Além disso, procura apresentar o estado da renovação tecnológica e dos roteiros digitais em Portugal, de forma a ser possível compreender as principais prioridades de investimento das organizações.
Para 62% dos inquiridos, a organização onde trabalham tem um roteiro digital, que apoia e está alinhado com a estratégia global. Os sectores financeiro, energia & utilities e governamental são os mais representados nesta franja.
Por outro lado, 23% dos inquiridos afirmaram que só conhecem projectos isolados na sua organização, que têm por base necessidades ad hoc. Neste caso, os sectores de ciências da vida, educação e saúde destacam-se no topo das respostas.
Outra das conclusões é que 43% dos inquiridos revelam que o principal objectivo da estratégia digital da sua organização é modernizar as TI, ou seja, substituir ou actualizar os sistemas existentes. Nos próximos 12 meses, 68% está a planear aumentar o nível de investimentos, ao passo que 30% indicaram que não vão existir alterações e apenas 2% vão avançar com uma diminuição. Os três principais sectores que planeiam aumentar os investimentos em tecnologia são educação, transportes & logística, retalho, comércio grossista e hotelaria.
Entre as prioridades na área tecnológica para os próximos 12 meses, a tendência está em data & analytics (41%) e Inteligência Artificial (38%) – ambas com necessidades de maior investimento. No que diz respeito ao roteiro digital das organizações, os inquiridos listaram o reforço da postura e da resiliência em matéria de cibersegurança (49%, sendo que é a primeira prioridade para os sectores governamentais e educação), racionalização da automatização dos processos empresariais e otimização do fluxo de trabalho (36%), e optimização da eficiência e agilidade operacionais (35%).
O estudo da askblue e IDC conclui ainda que os investimentos em tecnologia digital, nos próximos 12 meses, têm como objectivo aumentar a eficiência operacional (56% das respostas). Por fim, as organizações em Portugal medem os resultados dos investimentos tecnológicos, sobretudo, através de KPI de produtividade e eficiência, como redução de custos (59%).
No total, foram inquiridas mais de 100 pessoas, pertencentes a 12 sectores de actividades e que são colaboradores de empresas com mais de 100 empregados. Os inquiridos ocupam cargos de C-level (26%), director (50%), manager (22%) e CEO/Chairman/President/Owner/Managing director (3%). O trabalho de campo decorreu durante o mês de Abril de 2024.